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Rio de Janeiro, 26 jul (Lusa) -- O programa social do Governo Dilma Rousseff, Brasil Sem Miséria, começou a mostrar as suas primeiras ações, voltadas para os agricultores rurais do Nordeste do país, onde vive a maior parte dos brasileiros ainda sem assistência do Estado.
"Um dos nossos focos com este lançamento é a inserção produtiva rural. Os produtores rurais serão assistidos num plano de produção de alimentos para seu próprio sustento e também com destino ao mercado", explicou à Lusa a secretária de Segurança Alimentar do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Maya Takagi.
Com um clima semi-árido, no Nordeste brasileiro há diversas localidades que sofrem com a falta de água e solos pouco produtivos. Dos 16,2 milhões de brasileiros que vivem ainda em situação de extrema miséria, 60 por cento encontra-se nesta zona.
De acordo com Maya Takagi, os agricultores receberão ajuda da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) que fornecerá sementes e acompanhamento técnico. Quando for o caso, eles serão orientados a ampliar e diversificar os produtos cultivados.
Além de folhetos explicativos que ensinarão de forma didática como fazer uso das sementes distribuídas, o Governo contará com um programa de rádio que pretende atingir a camada menos instruída da população rural.
Pelo acordo assinado na segunda-feira entre a Embrapa e o Ministério de Desenvolvimento Social, 43 mil famílias serão abrangidas. O programa é voltado para famílias cujo rendimento é de até 70 reais (cerca de 30 euros) mensais por pessoa.
Outro "eixo" do projeto social prevê estender esse cultivo também à comercialização. "O Governo fez uma intermediação entre algumas cooperativas e a rede de venda a retalho, que irá comprar a estes produtores, com facilidades no prazo de pagamento e nos custos de intermediação", explicou à Lusa uma das responsáveis.
Produtos como farinha de mandioca e néctar de laranja -- já produzidos de maneira organizada por produtores reunidos em cooperativas -- começam a partir de agora a ser comprados por supermercados da região e incorporados na rede interna do país.
"Esses produtores já forneciam ao Governo no Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (alimentos destinados a formar cestas básicas para entidades de assistência social ou mesmo para stocks públicos), e a partir desse acordo vão ser adquiridos também pela rede de venda a retalho particular", explicou.
As mercadorias em questão serão vendidas com um selo para identificar que fazem parte do programa. A expetativa é de que a população colabore e opte por adquirir o produto que beneficia os agricultores do Brasil sem Miséria.
*Foto em Lusa
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