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Lisboa, 23 jul (Lusa) - O primeiro-ministro afirmou hoje que a integridade e prestígio dos Serviços de Informação da República "não devem ser colocados em causa por notícias que não se sabe se têm fundamento", tendo ordenado a realização de um inquérito.
"Em face de notícias que davam conta de alegadas fugas de informação com origem nos Serviços de Informação da República ocorridos em 2009, por segurança e proteção dos serviços, ordenei que se fizesse um inquérito", disse Pedro Passos Coelho.
Questionado pelos jornalistas à entrada para um Concerto de Homenagem ao Cardeal Patriarca de Lisboa, o primeiro-ministro considerou que aquela é uma situação que deve preocupar todos os portugueses.
"Os nossos serviços de informação têm integridade e prestígio que não devem ser colocados em causa por notícias que não sabemos se têm fundamento", declarou, acrescentando que "as regras da prudência mandam que se apure aquilo que tiver acontecido de modo a que não haja dúvida".
Numa nota enviada aos órgãos de comunicação social, o gabinete do primeiro-ministro já tinha afirmado que Pedro Passos Coelho, responsável máximo pelos Serviços de Informação da República, "não tem conhecimento de quaisquer `fugas de informação´ que possam ter ocorrido no passado".
O jornal Expresso escreve hoje que o ex-diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa "terá passado dados para fora do serviço nas últimas semanas em que ocupou o cargo" para uma empresa privada que posteriormente o contratou.
Acerca da situação relacionada com Bernardo Bairrão, que também foi tema de uma outra nota hoje divulgada pelo seu gabinete, o primeiro-ministro considerou que está esclarecida.
"Bernardo Bairrão não foi alvo de nenhuma informação nem de nenhuma investigação" e "o presidente da Comissão de Fiscalização dos Serviços de Informação afirmou exatamente o mesmo", salientou.
"Não foi demitido de nada, não há nenhum processo específico que se lhe possa aplicar, não foi membro do Governo, ele já esclareceu" sobre essa decisão, referiu Passos Coelho.
O primeiro-ministro insistiu em garantir que "não houve nenhum pedido de informação aos Serviços de Informação da República, nem sobre Bernardo Bairrão nem sobre nenhum outro cidadão".
"Não vale a pena insistirem sobre ideias fantasiosas, por mais reputado que seja o jornal que as avança, sobre matéria que não tem fundamento ou qualquer aderência à realidade", frisou ainda.
Na sua edição de hoje, o semanário Expresso escreve que "um elemento do Governo próximo de Pedro Passos Coelho recolheu informações junto dos serviços de informação sobre Bernardo Bairrão, o nome escolhido para secretário de Estado-adjunto da Administração Interna".
A edição de hoje do jornal mantém e reafirma as notícias anteriores, escrevendo que "o recurso às secretas foi uma das muitas diligências".
De acordo com o jornal, que não identifica fontes, Pedro Passos Coelho recebeu, no dia 27 de junho, a "primeira informação oral sobre Bernardo Bairrão".
Na nota enviada aos órgãos de comunicação social, o gabinete do primeiro-ministro "lamenta profundamente não só a insistência do jornal Expresso" em afirmações que considerou "destituídas de qualquer fundamento" e "repudia também a associação que se pretende fazer" entre elas e a existência de `fugas de informação´ nos Serviços de Informação da República".
O Presidente da República, Cavaco Silva, também assiste ao Concerto de Homenagem ao Cardeal Patriarca de Lisboa, mas escusou-se a falar aos jornalistas.
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