quarta-feira, 13 de julho de 2011

A FORÇA DAS MULHERES DE TIMOR-LESTE





No Timor Leste, o terceiro mais jovem país do mundo, a participação das mulheres cresce na sociedade e no governo.

Apesar de problemas sociais, economicos e políticos que ainda enfrenta, o Timor Leste, em sua primeira década de independência, "fez mais progresso do que muitos em relação à igualdade de gêneros," segundo o governo da Austrália.

A  Austrália é geograficamente próxima ao país e através de sua agencia de cooperação presta assistência em diversos setores com um grande foco na melhoria das condições sociais e empoderamento das mulheres timorenses.

Uma lei aprovada no Timor Leste em 2006 exige que um entre quatro candidatos escolhidos pelos partidos políticos seja mulher e hoje em dia cerca de 30% dos parlamentares timorenses são mulheres, algo inédito no sudeste asiático, segundo o web site PeaceWomen.org: http://www.peacewomen.org/news_article.php?id=2075&type=news. O envolvimento das mulheres na política e em trabalhos de desenvolvimento comunitário também contribui para isso.
 
Outro ponto inovador de Timor Leste é que com o apoio da ONU Mulher, foi formada em 2008 uma associação de mulheres políticas de 14 partidos diferentes, a Haforsa Feto Politika Haburas Demokrasia no Unidade.

"Participamos de treinamentos em transformação de liderança e discursos públicos e temos também a cada três meses um diálogo com mulheres parlamentares," diz Mariquita Soares, um dos membros deste grupo.

"Agora estou aprendendo mais sobre política e talvez na próxima eleição, se tiver oportunidade, estarei pronta para entrar para o parlamento." 

Nos últimos quatro anos, mulheres timorenses participaram de mais de 80% de assembleias locais, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Muitas promovem ativamente a participação das mulheres e são a "voz" que destaca suas prioridade nas estratégias de desenvolvimento do país.

O PNUD, junto ao governo do Timor Leste, está por trás da iniciativa de um Programa de Desenvolvimento Local, que visa aumentar a participação comunitária e política da população rural, principalmente das mulheres. 

"Mulheres que moram em pequenas vilas precisam entender que a opinião delas é crucial para planejar e realizar projetos," diz a chefe do programa, Dulce Junior, conhecida pelos colegas como Mana Dulce.

Mana Dulce e seu grupo viaja por todos os distritos de Timor Leste, promovendo treinamentos locais para o empoderamento de mulheres e colaboram em assembleias locais a planejamento de escolas, hospitais, estradas e sistemas de irrigação e saneamento.

A saúde materna também é prioridade na agenda de Mana Dulce que afirma:  "É importante que as mulheres aprendam a importância de buscar cuidados médicos durante a gravidez e o parto. Se mais e mais mulheres procurarem atendimento médico adequado, veremos uma redução da mortalidade materna".

Portugal e Brasil também ajudam com o desenvolvimento e educação no Timor Leste, único país asiático a ter português como língua oficial. Colônia portuguesa por cinco séculos, o Timor Leste foi depois ocupado pela Indonésia e passou por vários conflitos antes de sua independência ser reconhecida internacionalmente em 2002.
*Com menção de fontes no original

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