Maputo - A RENAMO, principal partido da oposição em Moçambique, afirmou hoje (quarta-feira) em Maputo que vai reagrupar os antigos guerrilheiros "compulsivamente" desmobilizados do exército e os que não foram integrados nas forças armadas unificadas.
Em conferência de imprensa, o porta voz da RENAMO, Fernando Mazanga, afirmou que a decisão de "aquartelar" os antigos guerrilheiros em todas as províncias do país surge na sequência de pedidos feitos por alguns guerrilheiros ao presidente do partido, Afonso Dhlakama, numa visita este mês à província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
"A RENAMO saúda a decisão da criação dos quartéis dos desmobilizados da RENAMO, que estão a ser expurgados das Forças Armadas de Defesa de oçambique", disse Fernando Mazanga, num discurso que antecedeu a conferência de imprensa.
Numa primeira fase, adiantou o porta-voz, vai ser criado um quartel no distrito de Montepuez, província de Cabo Delgado, seguindo-se os distritos de Cuamba e Mocuba, nas províncias de Niassa e Nampula, respectivamente, também no norte do país.
Além de reagrupar os militares desmobilizados do exército, cujo número não foi especificado, os quartéis da RENAMO vão também albergar os cerca de 10 mil guerrilheiros que o partido afirma não terem sido integrados no exército unificado, resultante do acordo geral de paz.
"Tínhamos cerca de 15 mil guerrilheiros, apenas cerca de seis mil foram incorporados no exército, alguns passaram à vida civil, ficando tantos outros por incorporar. Com a desmobilização compulsiva, teremos que acolhê-los em aquartelamentos", acrescentou Fernando Mazanga.
Questionado sobre o perigo de reagrupar militares à margem do sistema de defesa e segurança do Estado, o porta-voz da RENAMO afirmou que a medida "não trará nenhuma perturbação e visa apenas não abandonar à sua sorte os antigos guerrilheiros do partido".
Questionado sobre o perigo de reagrupar militares à margem do sistema de defesa e segurança do Estado, o porta-voz da RENAMO afirmou que a medida "não trará nenhuma perturbação e visa apenas não abandonar à sua sorte os antigos guerrilheiros do partido".
"Como sabem, sempre tivemos guerrilheiros em algumas das nossas antigas bases, à espera de incorporação no exército, mas nunca provocaram nenhum tipo de distúrbio", disse Fernando Mazanga.
O porta-voz anunciou ainda que o seu partido está disponível para negociar com o partido no poder, FRELIMO, sobre a resolução dos problemas que afectam o país, incluindo a necessidade de "despartidarizar as instituições do Estado".
A Lusa está a tentar ouvir o Governo e a FRELIMO sobre as pretensões do principal partido da oposição, mas ainda sem sucesso.
Sem comentários:
Enviar um comentário