segunda-feira, 11 de julho de 2011

Plano de Desenvolvimento quer integrar cooperação internacional em política de longo prazo




MSO - LUSA

Díli, 11 jul (Lusa) -- O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, apresenta terça-feira o Plano Estratégico de Desenvolvimento (PED) aos parceiros internacionais, "uma visão timorense" do que deve ser o futuro do país e orientar a cooperação.

Trata-se de um documento que estabelece prazos e metas, nas diversas áreas, e "um rumo para o desenvolvimento de Timor-Leste ao longo dos próximos 20 anos, que resulta de pesquisas, estudos, reflexões e consultas abrangentes", segundo o porta-voz do Governo, Ágio Pereira.

Além de um "ambicioso" plano de infraestruturas, o PED tem "uma forte componente social", para a qual os parceiros internacionais são convidados a colaborar, procurando integrar os projetos que apoiam.

No que respeita à educação e formação, estabelece-se no PED que até 2015 cerca de metade das crianças entre os três e os cinco anos estarão matriculadas no ensino pré-escolar e a educação básica estará disponível para 93 por cento das crianças timorenses.

Até 2030, projeta-se que todos os 442 sucos (freguesias) possuam instalações do pré-escolar.

A outro nível e até 2020, a Universidade Nacional Timor Lorosae (UNTL) terá sido alargada a sete faculdades, serão criados centros de formação e cada distrito terá o seu Centro de Emprego e Orientação Profissional.

Em termos de saúde, estabelecem-se como metas de curto prazo (até 2015) a construção de postos de saúde nos sucos com uma população superior a 1.500 pessoas e espera-se que 70 por cento das mulheres grávidas recebam cuidados pré-natais e que pelo menos 65 por cento tenham um parto assistido.

Os cuidados vão também abranger uma forte aposta na vacinação, apontando-se como objetivo imunizar 90 por cento das crianças contra a poliomielite, sarampo, tuberculose, difteria e hepatite B.

Já a médio prazo, espera-se que haja um posto de saúde para mil a cinco mil habitantes e que todos tenham pelo menos um médico, duas enfermeiras e duas parteiras, sendo que aldeias que fiquem a mais de uma hora a pé terão uma parteira local ou técnico de saúde comunitário.

Entre 2016 e 2020, a prioridade será mudar dos serviços de saúde primários para a prestação de cuidados de saúde especializados e até 2030 a capital será dotada de um hospital de especialidades e cada um dos 13 distritos terá o seu hospital distrital.

Ainda no capítulo social, prevê-se a curto prazo a criação do sistema contributivo de segurança social que garanta uma pensão a todos os trabalhadores timorenses, o apoio social aos veteranos e suas famílias e a integração na educação básica de 40 por cento das crianças deficientes.

Em termos ambientais, sobressai a preocupação em combater a desertificação do território, com a plantação anual de um milhão de árvores e a substituição da lenha para cozinhar nos hábitos familiares.

A cultura aparece com objetivos de curto e médio prazo que incluem alguns projetos novos.

Além do Museu/Centro Cultural e da Biblioteca e Arquivo Nacionais, projetam-se até 2015 cinco centros culturais regionais, a itinerância do cinema pelos distritos uma vez por mês e de forma regular em Díli e a criação de uma Academia Nacional para as Artes Criativas, estando ainda prevista a médio prazo a Companhia Nacional de Teatro e Dança.

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