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Díli, 11 jul (Lusa) -- O Plano Estratégico de Desenvolvimento (PED), que o primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, apresenta terça-feira aos parceiros internacionais, tem na reabilitação da rede rodoviária um dos seus eixos principais.
"Será uma oportunidade para pensar o desenvolvimento a longo prazo, evitando a concorrência de projetos paralelos", antecipa à Lusa o porta-voz do Governo, Ágio Pereira, referindo-se à reunião com os parceiros de desenvolvimento em que vai ser apresentada "a visão timorense" do que deve ser o seu futuro a curto, médio e longo prazo, e orientar a cooperação.
Em termos gerais, é anunciado um programa de larga escala para a reparação, alargamento e melhoria da Rede Rodoviária Nacional, que inclui a passagem do padrão indonésio de 4,5 metros de largura para sete metros de todas as estradas nacionais e distritais até 2020, bem como a reabilitação das estradas rurais até 2015.
Paralelamente, será lançado um programa de construção de pontes, que inclui as fundações, tabuleiros e contrafortes, num total de 3.200 metros lineares de pontes, em todo o país.
A estratégia adotada consiste em aproveitar a rede de estradas existentes, reconvertendo-as gradualmente para virem a formar dois eixos principais: a Grande Via Costeira do Norte entre Díli/Baucau/Lospalos/Com, com mais de 120 quilómetros na parte oriental, e Díli/Liquiça/Bobonaro, com extensão até à fronteira em Mota-Ain, com cerca de 230 quilómetros .
O outro será a rota da Costa Sul, a desenvolver por etapas e que vai servir sobretudo a indústria petrolífera prevista para aquela zona do País, ligando Suai/Betano/Natarbora/Viqueque/Beaço.
Os dois eixos vão ser integrados na futura Auto-Estrada de Circunvalação, a concluir até 2030, pelo que a reabilitação das estradas atuais já deixará espaço reservado para uma faixa adicional em cada sentido.
Ainda no que respeita ao Plano Rodoviário, o plano privilegia a estrada Manatuto/Natarbora como principal via de ligação nacional entre o norte e o sul, em detrimento de outras ligações rodoviárias através do centro do país, pelos elevados custos que implicaria a sua reabilitação, com a construção de túneis e pontes, devido ao acidentado do terreno.
De acordo com o que está calendarizado, as grandes obras serão realizadas num prazo relativamente curto, até 2015, ano em que deverão estar totalmente reabilitadas e ampliadas estradas segundo os padrões internacionais entre Díli e Baucau, do lado oriental, correspondendo a 100 milhões de dólares de investimento (cerca de 71 milhões de euros).
A ligação entre Díli e Bobonaro, no lado ocidental, deverá custar 82 milhões de dólares (cerca de 58 milhões de euros), e a travessia Manatuto/Natarbora, tem um custo estimado de 60 milhões de dólares (42 milhões de euros).
Programado para executar até 2020 fica a rota da Costa Sul e o fecho do contorno do país, aquela que será a Auto-Estrada de Circunvalação.
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