quarta-feira, 13 de julho de 2011

Plano de Desenvolvimento vai acentuar dependência dos produtos petrolíferos - FRETILIN




MSO - LUSA

Díli, 13 jul (Lusa) -- A FRETILIN, maior partido da oposição em Timor-Leste, considera que o Plano Estratégico de Desenvolvimento que o primeiro-ministro apresentou terça-feira aos parceiros internacionais vai acentuar a dependência do país dos recursos petrolíferos.

Numa posição pública de crítica ao PED, hoje divulgada, aquele partido considera que "é fortemente baseado no desenvolvimento da indústria do petróleo", sem apontar qualquer alternativa a esse modelo de desenvolvimento.

"O que acontecerá se não houver mais descobertas de reservas substanciais de petróleo com a magnitude dos campos de Bayu-Undan ou Greater Sunrise? O que acontecerá se Greater Sunrise não avançar?", interroga a FRETILIN.

Acusando o Governo de "confiar demais em receitas que não estão asseguradas", lembra que a preocupação atual dos países ricos em petróleo é elaborar programas que lhes permita sair da dependência exclusiva desse tipo de receitas, por se tratarem de recursos finitos.

"No entanto, este plano proposto vai-nos tornar mais dependentes desses recursos e não há qualquer alternativa económica credível proposta no documento", critica a FRETILIN, questionando o que acontecerá "quando o petróleo e o gás acabar em 20, 30 anos ou menos" ou se, num cenário de volatilidade dos preços, as receitas do petróleo e do gás caírem vertiginosamente".

Outro dos reparos daquele partido vai para a falta de explicação no PED quanto à forma de financiamento das grandes infraestruturas previstas: "mais preocupante é que este plano proposto apenas superficialmente se refere às intenções do governo de facto de pedir dinheiro emprestado e nacionalmente endividar-nos".

Em vez da concretização dos sonhos dos timorenses, a FRETILIN conclui que é antes "o sonho de e para estrangeiros", porque não dá ênfase à criação de emprego, sendo o desemprego um dos principais problemas do país, nem dá a devida atenção ao desenvolvimento agrícola, quando a maioria da população sobrevive da agricultura.

"Representa sim os sonhos de estrangeiros, porque esse plano vai abrir o caminho para o seu enriquecimento rápido, com a forte dependência externa de Timor-Leste. Por cada dólar investido na nossa economia, setenta cêntimos vão para o exterior e esse é o problema básico que o PED não resolve, pelo que a FRETILIN não tem dúvidas de que é estratégico para todos, exceto para o nosso povo e para o desenvolvimento da Nação", acusa.

"Os projetos de infraestruturas planeados não irão gerar os postos de trabalho necessários. Nós já vimos isso nos programas de investimento em infraestruturas atuais que estão a ser implementados, tais como o projeto de eletrificação do país, com base nas centrais de óleo pesado.

O que temos visto é que, na maior parte, são trabalhadores estrangeiros que são importados para fazer o trabalho e o plano proposto aponta na mesma direção, com a mesma fórmula de desenvolvimento", conclui.

1 comentário:

Anónimo disse...

O senhor sabe la o que diz.

A unica coisa que sabe fazer eh ser do contra, contra, contra.

Fala muito e nao manda uma pra caixa.

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