segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Brasil: COM RECEIO DA CRISE, GOVERNO AUMENTA META DE SUPERÁVIT





O ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou hoje a subida da meta de superávit primário do governo em 10 mil milhões de reais (4,3 mil milhões de euros).

O aumento anunciado representa aproximadamente 0,3 por cento do PIB brasileiro. Caso a subida seja aprovada pelo Congresso Nacional, a meta de superávit primário para 2011 passará para 91 mil milhões de reais (39 mil milhões de euros).

A medida é justificada pelo receio de que a crise sentida nos países do hemisfério norte afecte também a economia do Brasil. 

"Não somos imunes às consequências desse cenário recessivo. O Brasil tem de se antecipar para impedir que essa deterioração da economia internacional acabe afectando os avanços que tivemos na economia brasileira", afirmou Mantega.
 
Segundo o ministro, a intenção é conter as despesas públicas, para permitir que o Banco Central reduza os juros no caso de o cenário mundial piorar. 

"Se houver alguma deterioração, o Banco Central terá mais grau de liberdade para tomar medidas para enfrentar uma eventual desaceleração", disse o ministro. 

O anúncio não foi bem recebido pelos representantes sindicais brasileiros, que se reuniram na manhã de hoje com Mantega e com a presidente Dilma Rousseff.
 
"O governo vai tomar exactamente medida oposta da que tomou em 2008, quando diminuiu o superávit para alimentar a economia. Na nossa visão, aumentar o superávit agora é um gesto para o mercado", disse o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, segundo o jornal O Estado de São Paulo. 

Para o sindicalista, a medida só funcionará se os juros "caírem imediatamente". 

"Não dá para manter políticas públicas e sociais se não tem funcionários, reajustes", afirmou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique, ao jornal Folha de São Paulo. 

Os sindicalistas disseram que manterão as suas reivindicações. Entre elas está o fim da fórmula que reduz o valor das reformas, a criação de um nível salarial nacional para os polícias e a regulamentação do dinheiro destinado à saúde. 

Nesta semana, os sindicatos protestarão em frente ao Banco Central do Brasil, em Brasília, onde decorrerá a reunião do Comité de Política Monetária que definirá a taxa básica de juros da economia. A expectativa do mercado é que esta seja mantida em 12,5 por cento ao ano.

Estas ligações, para serviços externos ao Jornal de Notícias, permitem guardar, organizar, partilhar e recomendar a outros leitores os seus conteúdos favoritos do JN (textos, fotos e vídeos). São serviços gratuitos mas exigem registo do utilizador.

> Mais Brasil

Sem comentários:

Mais lidas da semana