quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Edil de Quelimane é segundo dos cinco autarcas "convidados" pela FRELIMO a renunciar o cargo




ANGOLA PRESS

Maputo - O presidente do município de Quelimane, Pio Matos, renunciou ao cargo, tornando-se no segundo autarca que este mês abandona voluntariamente o posto, por alegada má gestão, a pedido da FRELIMO, partido no poder em Moçambique. 
     
A solicitação de resignação foi endereçado segunda-feira à Assembleia Municipal de Quelimane que hoje (quinta-feira) irá analisar o assunto em sessão extraordinária do órgão. 
   
Além do edil de Quelimane, Pio Matos, que dirige a autarquia há 12 anos, também renunciou ao cargo o presidente do município de Cuamba, Arnaldo Maloa.
 

Segundo a imprensa, proximamente, os autarcas de Pemba, Sadique Yacub, de Chokwé, Jorge Macuácua, e da Vila da Maniça, Alberto Chicuamba, também deverão abandonar os cargos sob ordens do partido FRELIMO. 

Ao abrigo da Lei-Base das Autarquias Locais, as demissões dos edis abrem espaço para a convocação de eleições intercalares. 
 

Em declarações aos jornalistas, no domingo, dia da Cidade de Quelimane, Pio Matos manifestou a intenção de não se recandidatar à sua própria sucessão nas eleições autárquicas de 2014. 
 

A imprensa moçambicana refere que o "convite" da FRELIMO prende-se com o facto de as estruturas do partido entenderem que os autarcas estão a fazer uma "gestão danosa" dos fundos da edilidade e, reiteradamente, ignorarem as decisões e recomendações do partido ao nível local. 
  
A propósito, Pio Matos disse aos jornalistas que as alegações relativas à má gestão do município contribuem para o desgaste da sua imagem. 
 
Citado pelo jornal Notícias, o Pio Matos considera que "é chegado o momento de o partido FRELIMO encontrar, de entre os seus quadros, aquele que melhor possa dar continuidade ao seu projecto de desenvolvimento do município de Quelimane".    
 
Na semana passada, o presidente do município de Cuamba, Arnaldo Maloa, justificou que a renúncia ao cargo se deve "a uma situação profissional poderosa".  
 

"Ganhei uma bolsa para estudar e a lei orgânica prevê que quando é assim, normalmente, o edil tem que fazer a interrupção e colocar à disposição o cargo", afirmou Arnaldo Maloa. 
 
O porta-voz da FRELIMO, Edson Macuácua, minimizou os pedidos dos autarcas, afirmando que "a renúncia a um cargo é um acto previsto na lei e que quando haja vontade do titular pode acontecer na dinâmica do funcionamento do Estado de Direito Democrático". 
 

Moçambique tem 43 autarquias, das quais 42 governadas por autarcas da FRELIMO e apenas uma, a da Beira, segunda cidade do país, presidida por Daviz Simango, do MDM, mas que concorreu ainda como independente.  
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana