JM - LUSA
Moscovo, 12 ago (Lusa) -- Um grupo de 27 alunos guineenses que terminaram os cursos universitários em várias cidades russas não podem regressar ao seu país, pois as autoridades de Bissau não lhes enviam o título de regresso a casa.
"Aqui, na cidade de Voronej [sudoeste da Rússia], são dois, mas o total de finalistas guineenses que não pode regressar ao país é de 27", declarou à Lusa, por telefone, o estudante guineense Iacunda Sanhá.
Um bilhete de avião de Moscovo para Bissau custa cerca de 28 mil rublos (700 euros) e os finalistas não têm esse dinheiro para o pagar.
"As autoridades guineenses não pagam qualquer tipo de bolsa de estudo e nós recebemos do Estado russo um subsídio mensal de 1100 rublos [27 euros], que não dá para nada", declarou à Lusa, via e-mail, João Conte, guineense que estuda na cidade de Rostov no Don, no sul da Rússia.
"Só alguns finalistas conseguiram sair da Rússia com a ajuda de parentes que vivem em Portugal, mas os outros são abandonados à sua sorte", acrescentou.
Segundo João Conte, "não obstante os estudantes guineenses serem os mais miseráveis na Rússia e trabalharem como escravos, acabam os seus estudos com honra, ganham olimpíadas, provas desportivas".
A situação descrita repete-se ano após ano, pois Bissau ainda não tomou medidas para resolver o problema.
"No fim de cada ano letivo, os finalistas guineenses têm que abandonar a residência estudantil para dar lugar aos outros e passam a viver nas ruas, ilegalmente", acrescenta.
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