segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Portugal: Troika reúne-se com AR para troca de impressões mas não fala sobre avaliação




i ONLINE - LUSA

Os chefes da missão do FMI, da Comissão Europeia e do BCE reuniram-se hoje com a presidente da Assembleia da República e com os partidos, onde houve "troca de impressões" mas não foi abordada a avaliação em curso.

O encontro, que decorreu à porta fechada, teve a presença do líder da missão em Portugal do Fundo Monetário Internacional, Poul Thomsen, tal como o da Comissão Europeia, Jürgen Kröger, e do Banco Central Europeu, Rasmus Rüffer, que se reuniram com a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, e representantes de todos os partidos, das comissões parlamentares de Assuntos Europeus, de Orçamento, Finanças e Administração Pública e ainda da comissão eventual de acompanhamento das medidas do programa de assistência financeira.

No final da reunião, os responsáveis da ''troika'' não falaram, ficando a cargo de Assunção Esteves explicar que a reunião serviu para a ''troika'' conhecer os responsáveis parlamentares e os representantes dos partidos na Assembleia da República, e que a situação na Europa esteve em discussão, ao contrário da avaliação que a missão faz dos primeiros meses de implementação do programa.

“A ideia foi manifestar o sentido de colaboração institucional que o Parlamento enquanto Parlamento tem com os compromissos internacionais do Estado. […] Foi uma troca de impressões clarificadora, onde também se falou do contexto da Europa e do mundo, que afinal estão indelevelmente ligados a todo o problema e todos os desafios que Portugal também enfrenta”, afirmou a presidente da Assembleia da República.

Questionado pelos jornalistas se os líderes da missão abordaram a presente avaliação que deverá acabar no final desta semana, Assunção Esteves garantiu que “não se falou em níveis de cumprimento” e que nem competia a esta reunião fazê-lo.

“Não fizemos uma apreciação em torno desse tema, foi apenas um conhecimento recíproco, uma apresentação do Parlamento. Não se falou de níveis de cumprimento”, disse.

Do lado dos partidos, apenas os representantes do BE e PCP – dois partidos que rejeitaram participar nas negociações da ajuda externa – falaram com os jornalistas no final da reunião, também para confirmar que se tratou de uma troca de impressões, em parte sobre a situação da Europa e as suas consequências em Portugal.

“Foi um encontro rápido, onde se trocaram opiniões relativamente circunstanciais, e o que dominou até foram as preocupações sobre a situação internacional e o agravamento da situação financeira à escala mundial. Foi genericamente considerado que a degradação da situação internacional do ponto de vista financeiro não é bom também para a situação de Portugal”, afirmou o deputado do BE, João Semedo.

Miguel Tiago, do PCP, sublinhou que PS, PSD e CDS-PP expressaram à ‘troika’ uma “grande vontade” de cumprir o plano escrupulosamente e que o PCP reafirmou a sua oposição ao programa, sublinhando os efeitos negativos que este terá sobre a economia e a vida dos portugueses.

“Os assuntos debatidos foram muito genericamente, a demonstração dos partidos PS, PSD e CDS-PP de uma grande vontade de prosseguir com o cumprimento deste pacto, deste memorando, e uma grande preocupação da parte dos técnicos da ‘troika’ na maioria parlamentar para garantir este entendimento”, afirmou Miguel Tiago.

A missão encontra-se em Portugal até sexta-feira para fazer a primeira avaliação sobre o cumprimento do programa, onde estarão sob escrutínio o calendário de medidas a aplicar até final de julho, dependendo o desembolsar da próxima tranche do empréstimo da avaliação da missão.

*Foto em Lusa

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