JORNAL DE NOTÍCIAS - ontem
As duas centrais sindicais repudiaram as declarações do cardeal patriarca de Lisboa, que criticou a atitude dos grupos de classe, nomeadamente os sindicatos, face às medidas de austeridade que estão a ser aplicadas.
O cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, criticou os grupos de classe que fazem reivindicações contra as medidas impostas pela 'troika' e apelou para que o interesse nacional esteja acima dos interesses individuais.
O secretário-geral da UGT, João Proença, manifestou à Agência Lusa "incredibilidade pelo comentário" do prelado. "A igreja assume, assim, que ela defende o interesse geral e as restantes instituições sociais defendem interesses particulares", criticou o sindicalista.
João Proença salientou que a UGT sempre tem dado prioridade aos interesses do país mas considerou que "isso passa também pela defesa dos interesses dos trabalhadores, pois sem trabalhadores não há país".
Para o dirigente da CGTP Arménio Carlos as declarações do patriarca de Lisboa estão deslocadas da realidade do país pois ignoram o aumento do desemprego, da precariedade e das desigualdades sociais e a redução dos salários. "É interessante que o cardeal patriarca tenha esta posição quando se justificava que defendesse os que mais precisam", disse o sindicalista à Lusa.
Arménio Carlos considerou que o bispo de Lisboa devia pensar na maioria dos portugueses, que tem sido tão sacrificada nos últimos anos.
O cardeal patriarca defendeu que Portugal tem de "vencer uma etapa com causas mundiais, causas europeias, mas também certamente causas de má governação" e que tem que ser resolvida "em diálogo com os outros países, mas sobretudo dando as mãos e procurando o bem de Portugal e não o bem de cada grupo, de cada pessoa".
Sem comentários:
Enviar um comentário