domingo, 14 de agosto de 2011

Timor-Leste: PLANO DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL – O NEGÓCIO CONTINUA




BEATRIZ GAMBOA

O Plano Estratégico de Desenvolvimento Nacional elaborado para Timor-Leste e supostamente de autoria de experts da vizinha indonésia foi desenhado por forma a manter vantagens, corrupções e lucros de integrantes, militantes e aliados dos partidos do atual poder Gusmão-AMP mesmo que após as eleições de 2012 esses partidos e sombrias personagens percam as eleições e outros partidos vençam.

O PEDN promete negociatas de duas décadas e mais aos que agora o aprovam e põem em execução porque o investimento que é reservado para o desenvolvimento do país obriga a muitas obras, construções e outras operações que envolvem milhões. Não será de admirar que conluios dos atuais agentes no poder, apontados como muitíssimo corruptos, gentes de nepotismos, planifiquem os seus futuros com ligações pós-governamentais a empresas e organismos a que as verbas destinadas no PEDN venham a ser entregues por realizações de trabalhos desse âmbito “desenvolvimentista”. As suspeitas fundamentam-se no empenho mostrado pelos atuais governantes ao levar a todo o país durante semanas uma campanha  dita de “esclarecimento” sobre o Plano. Campanha que não esclareceu os timorenses mas que serviu para Gusmão e os seus apaniguados viajarem por uma boa parte do país fazendo promessas espúrias que muitas vezes nem na concretização de um simples fontanário conseguem cumprir.

A campanha, ocorrida há alguns meses, serviu substancialmente para que o multifacetado das máscaras, Xanana Gusmão, preenchesse o seu ego, vestisse e usasse adornos tradicionais timorenses que nele perderam o significado de personagem respeitoso para dar lugar a uma evidente e ridícula pândega de comediante político. Para além de podermos vê-lo ser transportado em andores, ou padiolas, como um soba, um abusador de escravos ou um santo de pau-carunchoso.

Miguel Souto, da Agência Lusa, correspondente em Timor-Leste, reportou sobre o secretário-geral da FRETILIN: “Mari Alkatiri lembrou que quando foi primeiro-ministro presidiu à comissão que elaborou o Plano de Desenvolvimento Nacional, "que nasceu com ambição mas em que todos participaram na sua feitura" e não como o PED, em que "Xanana Gusmão contratou um grupo de indonésios, bem pagos, para o escrever, que depois quis vender nas andanças pelos sucos e distritos".

Foi também Mari Alkatiri que disse em conferência de imprensa realizada em Díli: “É do interesse nacional que haja um plano que venha contribuir para estabilizar o país, em termos de processo de desenvolvimento. Um plano que, à partida, é um plano de uma franja da sociedade timorense, como pode servir esse interesse nacional?".

As evidências do passado deste governo sobre KKN (corrupção, conluio e nepotismo), as acusações frontais de entidades de relevo da vida timorense – ONGs, partidos políticos, etc. - as declarações e consequente demissão do vice-primeiro-ministro Mário Carrascalão, os sinais exteriores de riqueza e o deslumbramento nas descaradas exibições por políticos, familiares daqueles e gentes aliadas aos partidos de Gusmão-AMP, só podem provocar apreensão e suspeitas sobre os propósitos do PEDN. Suspeitas sobre como foi elaborado, “apresentado” aos timorenses, dissimulado, não discutido democraticamente – o que seria uma mais-valia para o país.

Neste momento é ainda muito mais plausível devermos esperar todo o tipo de desonestidades políticas por parte de Xanana Gusmão e daqueles que com ele têm levado a cabo a operação Multiplicação da Coisa Nossa – evidente tem sido o enriquecimento e a exibição de um nível de vida incompatível com os  magros vencimentos mensais auferidos; extensivo a familiares, correligionários partidários e amigos. E estamos a menos de um ano das eleições. A desonestidade estará mais uma vez patente na catadupa de inaugurações que já aí vêm e nas migalhas que estão a ser planificadas para distribuição aos mais causticados pela miséria por modo a cobrar votos para os partidos da AMP, cabendo, por certo, a maior fatia ao CNRT do PM Gusmão.

Estaremos cá para ver. Como agora vimos a fome que assola regiões do país e até na própria capital, Díli, também veremos uma espécie de fartura que será sinónimo de que uma vez mais o objetivo é enganar os eleitores timorenses e os membros da família que têm a seu cargo e que muitas vezes acordam com fome e deitam-se com fome.

O Plano de Desenvolvimento Nacional erradicará de uma vez por todas a fome e o desemprego entre a população timorense? Quem acredita nisso, depois de verem Gusmão, ao fim de quatro anos de governação, nunca ter posto cobro à fome no país? Mas todos sabemos que os novos-ricos surjem como fungos numa floresta húmida, inexplicavelmente. Ou melhor… E é com o maior dos descaramentos que este governo usa a frase “transparência”. Como se fosse verdade.

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