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Lisboa, 19 set (Lusa) -- Angola, Guiné-Bissau e Guiné Equatorial estão entre os 15 países com maiores taxas de mortalidade infantil e Moçambique regista uma das piores taxas de mortalidade feminina na vida adulta, aponta um relatório do Banco Mundial hoje divulgado.
Em Angola, uma em cada 29 mulheres morre durante o parto (dados de 2008), o que, sem surpresas, contrasta com as estatísticas da Suécia, onde esse rácio é de apenas uma em 11.400 mulheres, segundo o relatório anual sobre o desenvolvimento, cuja edição deste ano é subordinada ao tema da igualdade de género.
No que se refere à mortalidade infantil (até aos cinco anos), Angola tem o segundo pior desempenho, apenas atrás do Afeganistão. A Guiné-Bissau surge em nono lugar e a Guiné Equatorial a 14.ª taxa mais elevada.
Moçambique registava, em 2008, uma das taxas de mortalidade feminina mais elevada, atrás de Zimbabué, Lesoto, Suazilândia, Zâmbia, África do Sul e Malawi.
O desaparecimento de mulheres em idade reprodutiva -- destaca o Banco Mundial -- deve-se às "elevadas taxas de mortalidade maternal persistentes" e também aos riscos acrescidos a que as mulheres estão expostas durante a gravidez e a maternidade, situações mais expressivas na maior parte da África subsaariana e em algumas áreas do sul asiático.
Para quantificar os casos de "desaparecimento de meninas e mulheres", o Banco Mundial estimou o número do excesso de mortes femininas em cada faixa etária para cada país analisado em 1990, 2000 e 2008. O conceito de 'excesso de mortes femininas' representa o número de indivíduos do sexo feminino que não teriam morrido caso vivessem num país de rendimentos elevados, explica o relatório.
O Banco Mundial sublinha que "existe uma grande relação entre o rendimento e o excesso de mortalidade feminina (...) mas a relação entre a evolução do excesso de mortalidade feminina entre 1990 e 2008 e o crescimento económico no mesmo período é fraca ou inexistente."
Angola e África do Sul são exemplos de países que registaram um crescimento económico positivo no período considerado, mas cujo excesso de mortalidade feminina se manteve ou piorou.
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