FP - LUSA
Bissau, 05 set (Lusa) -- A embaixada da Líbia na Guiné-Bissau tirou hoje a bandeira do Conselho Nacional de Transição (CNT), que tinha hasteado na semana passada, por indicação do governo de Bissau.
A bandeira que indicava o reconhecimento do movimento rebelde como legítimo representante do país tinha sido hasteada no passado dia 29. Hoje foi retirada e a embaixada está agora sem qualquer bandeira. A Lusa tentou obter um comentário da embaixada mas o edifício estava encerrado.
Contactado pela Lusa, o secretário de Estado das Comunidades da Guiné-Bissau, Fernando Gomes Dias, confirmou que a retirada da bandeira partiu de uma indicação do governo, dada por ele mesmo.
"Porque ainda não tomámos nenhuma posição" sobre "os nossos irmãos líbios", justificou o responsável.
Fernando Gomes Dias explicou que já na semana passada, quando a bandeira do CNT foi hasteada, tinha chamado os responsáveis, solicitando que a bandeira fosse retirada, mas da embaixada não acataram a decisão governamental.
"Hoje voltei a chamá-los, veio o atual encarregado de negócios" (não o mesmo que na semana passada) e "transmiti a nossa posição", a pedir que retirassem a bandeira, esclareceu o secretário de Estado.
A mudança de bandeira e agora o arrear da bandeira do CNT acontece numa altura em que o embaixador da Líbia na Guiné-Bissau, Naji Algaddari, não se encontra na capital guineense.
A Líbia tem sido até agora um dos principais apoiantes da Guiné-Bissau, onde as autoridades ainda não se manifestaram sobre os últimos acontecimentos na Líbia nem disseram se reconhecem ou não o Conselho Nacional de Transição, órgão político da rebelião líbia. O primeiro-ministro tem reiteradamente apelado ao diálogo entre as partes em conflito.
Com Muammar Kadhafi a Líbia era um dos principais parceiros diretos da Guiné-Bissau, com apoio financeiro e político. Bissau tem recebido ajudas que vão de alimentos a material para as Forças Armadas.
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