quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Angola: Bloco Democrático apresenta-se na política angolana para garantir proteção social




JORNAL IMPRESSO

Construir em Angola um sistema de proteção social, promover o enriquecimento material e espiritual dos angolanos e fazer do país uma potência económica de dimensão atlântica são objetivos do partido Bloco Democrático, disse à Lusa um dirigente.

Em entrevista à Lusa a propósito da aprovação do Manifesto Eleitoral do Bloco Democrático (BD) na primeira conferência nacional do partido, o dirigente Nelson Pestana explicou que o documento agora aprovado “fornece a armadura do programa de governação”.

“Pretendemos estabelecer essa nova política através do alargamento da estrutura da democracia participativa e através da construção de um Estado Social de Direito”, disse o dirigente do BD que, segundo um balanço provisório realizado durante a conferência nacional, reúne atualmente 5.000 militantes.

Um dos principais objetivos, acrescentou Nelson Pestana, é construir um “sistema de proteção social que permita a cada cidadão angolano acumular capital cultural, promovendo uma estrutura de oportunidades mais equitativas no país porque a estrutura de oportunidades é extremamente desigual”.

O BD quer promover o “enriquecimento material e espiritual dos angolanos numa sociedade de valorização do trabalho e da criatividade”, fazendo de Angola uma “potência económica de dimensão atlântica com vista ao enriquecimento dos angolanos”.

Para atingir estes objetivos, o partido defende uma intervenção em quatro níveis: na família, na escola, na empresa e na comunidade. “É nessas realidades que pretendemos investir, para que possamos conseguir uma melhor distribuição da riqueza nacional, mas também para mudar a estrutura de oportunidades”, afirmou Nelson Pestana, também conhecido pelo seu pseudónimo literário Eduardo Bonavena.

Segundo o político, o BD apresenta-se como “uma força de mudança que não está na política para servir os cambalachos, não está apenas para constar, mas para servir os cidadãos angolanos de forma criativa, construtiva e produtiva”.

É por isso que o partido pretende fazer, até às eleições de 2012, “um intenso trabalho”, não só fazendo reivindicações, mas “procurando chamar o país para (…) a ideia de que é possível um país mais participado, com democracia participativa, com liberdade, um país moderno”, afirmou.

Segundo o documento apresentado no fim-de-semana passado em conferência nacional, o BD propõe a criação, “a par de uma política de pleno emprego, de um rendimento de cidadania universal, sem que isto possa criar dependência social de camadas da população alvo, denegrir o valor do trabalho, provocar a marginalização do indivíduo ou o desmantelamento da economia competitiva”.

A nível económico, o partido defende que “a aceitação da economia de mercado não implica a aceitação da mercantilização da sociedade, onde tudo é determinado pela força do dinheiro”. Por isso, defende um “liberalismo condimentado com um sistema reintegrador das assimetrias sociais através de grandes instrumentos como são os serviços públicos, a segurança social universal, a reforma por repartição, a fiscalidade progressiva, a assistência social, o direito ao trabalho, o salário mínimo garantido e um rendimento nacional de cidadania, entre outros direitos”.

O Bloco Democrático tem apoiado as recentes manifestações de jovens contra o presidente angolano, José Eduardo dos Santos, e acolhe numerosas individualidades da antiga Frente para a Democracia, que em 2008 não elegeu nenhum deputado.

Fonte: Sapo Notícias / Lusa

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