Cabo Verde ainda precisa consolidar luta contra doenças transmissíveis e formar quadros

FO - LUSA

Rio de Janeiro, 22 out (Lusa) - Cabo Verde ainda necessita consolidar a luta contra doenças transmissíveis e formar quadros para o sistema de saúde, admitiu a ministra da Saúde, Cristina Lima, numa reunião extraordinária de ministros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

"Temos uma situação particular, estamos ainda com a necessidade de consolidar a luta contra as doenças transmissíveis, apesar de termos avançado na matéria de combate às doenças infeciosas com vacinação e com campanhas de melhoria do saneamento", disse à Lusa a ministra de Cabo Verde.

Cristina Lima falou à Lusa no Rio de Janeiro à margem da reunião extraordinária de ministros da Saúde da CPLP, no marco da Conferência Mundial sobre Determinantes Sociais da Saúde promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que terminou na sexta-feira.

A maioria das doenças infeciosas está associada à pobreza. São doenças tropicais que estão fortemente vinculadas à miséria e à falta de infraestruturas e saneamento, enfermidades como febre tifoide, cólera, tracoma, doença de chagas, leisbmaniose, peste, esquistossomose e outras verminoses.

"Nós temos um guião que é o nosso plano estratégico de cooperação para saúde e reunimo-nos para analisar o ponto de implementação deste plano estratégico que reforça nomeadamente as capacidades dos sistemas de saúde", afirmou a ministra cabo-verdiana ao defender a concretização deste plano estratégico especialmente nos países africanos de língua portuguesa que têm mais carências.

Uma das maiores necessidades de Cabo Verde no âmbito da saúde, referiu a ministra, é na área da formação de recursos humanos.

Nesta semana, Cristina Lima visitou a sede da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e manteve encontros com o presidente Paulo Gadelha, no Rio de Janeiro, para aprofundar os laços de cooperação em formação de pessoal.

Cabo Verde já tem uma experiência de cooperação triangular com Brasil e Portugal no mestrado em saúde pública.

"Precisamos cada vez mais de gente a nível nacional capacitada para responder os nossos desafios. Temos também as novas doenças não transmissíveis que têm a ver com o envelhecimento da população como as doenças cardiovasculares e oncológicas que exigem mais meios e melhor gestão", argumentou.

A expetativa de vida hoje em Cabo Verde aumentou e atinge os 76 anos no arquipélago.

"Conseguimos já ter indicadores importantes a nível da saúde. Somos um país de rendimento médio e praticamente vamos atingir os objetivos do milénio, somos um dos poucos países da África que vai alcançar em 2015 os objetivos", afirmou a ministra.

Maria Almeida destacou que também está a acompanhar com expetativa o desenvolvimento da vacina contra a dengue que está a ser investigada na Fiocruz.

"Acompanhamos o desenvolvimento das vacinas. Eles estão agora a fazer uma experiência interessante com pesquisa de vacina contra a dengue. Esperamos que seja acessível. Fui informada destes avanços e estamos expectantes", ressaltou.