sábado, 22 de outubro de 2011

Indonésia e norte australiano interessados no desenvolvimento regional integrado




PNE - LUSA

Macau, China, 20 out (Lusa) - A Indonésia está interessada em cooperar com Timor-Leste para alavancar o desenvolvimento regional integrado na sequência de uma proposta apresentada por Timor, que suscitou também o interesse do Território do Norte da Austrália.

Em entrevista à Agência Lusa, o ministro timorense da Economia e Desenvolvimento, João Gonçalves, defendeu que "Timor-Leste tem um grande atrativo e pode muito bem vir a ser, no futuro, um centro de indústrias transformadoras".

Mas para isso o país "precisa de muita matéria-prima", o que levou o governo timorense a propor ao homólogo indonésio a "possibilidade de desenvolvimento regional integrado entre as ilhas de Timor-Leste, Timor-Oeste e as que circundam Timor-Leste", explicou.

"Podemos muito bem ir buscar matérias-primas a essas ilhas para trazer para processamento e exportarmos depois para países com os quais já temos acordos comerciais", sustentou o ministro timorense.

Ao referir que o Presidente indonésio "achou que esta era uma ideia extraordinária", João Gonçalves disse que ficou previsto um encontro com o ministro coordenador dos Assuntos Económicos da Indonésia "para se começar a preparar algo nesse sentido", que espera que se realize "antes do final do ano".

Por outro lado, acrescentou, o "governo do Território do Norte da Austrália também mostrou interesse em participar neste acordo de cooperação, porque também está inserido na mesma zona, na área do Mar de Timor".

"Penso que isso vai trazer-nos imensos benefícios na área do comércio", constatou João Gonçalves, referindo que Timor-Leste já tem "acordos bilaterais que permitem colocar os seus produtos em condições preferenciais em diversas geografias, nomeadamente Estados Unidos, Austrália, China e Índia".

No que se refere à China, o acordo comercial que prevê que "cerca de 90 por cento dos produtos timorenses possam ter acesso ao mercado chinês sem necessidade de impostos vai também ajudar a captar investidores para Timor-Leste, já que a China é o maior mercado mundial".

O ministro também realçou os acordos com a CPLP e de Cotonou que oferecem a Timor o "acesso privilegiado aos mercados do Brasil, países africanos de língua portuguesa e à União Europeia, e a integração, "em breve", do país na ASEAN, que a "partir de 2015 se constituirá como uma zona de comércio livre, incrementando o espaço de colocação dos produtos manufaturados em Timor-Leste".

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