Os militares aprovaram, sábado, uma concentração para o mês de Novembro, em Lisboa, para mostrar o descontentamento perantes as medidas de austeridade.
Lisboa - Os militares aprovaram, sábado, durante reunião em Lisboa, a realização de uma concentração no dia 12 de novembro para se manifestarem contra a política de austeridade imposta pelo governo do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho (PSD).
Na reunião que juntou mais de um milhar de efetivos das Forças Armadas, os militares manifestaram a sua oposição às "duríssimas medidas" que o governo quer aplicar.
A concentração será realizada no Rossio, praça no centro da capital portuguesa, e será seguida de um desfile até ao Terreiro do Paço, onde funcionam vários ministérios.
"É tempo daqueles que falam e usam as Forças Armadas, e bem, no fim das missões internacionais e quando a sua imagem é a melhor do mundo, perceberem que as Forças Armadas não servem só e para isso. As Forças Armadas existem no seu dever de missão de soberania nacional, de serviço ao porvo português, e não podem passar pelo que estão a passar", disse à rádio TSF o sargento Lima Coelho, da Associação Sócio-profissional de Militares
Os militares dizem-se solidários e prontos para fazer parte do esforço nacional que será necessário, mas sublinham que há um desequilíbrio na balança do exigir e receber.
"Entendemos as dificuldades que o país atravessa, aliás há mais de 25/30 anos que os militares têm vindo a ter reduções, congelamentos, etc. Portanto vir dizer que 'agora é que é', é profundamente injusto e não corresponde à nossa realidade de décadas", disse o militar.
"Mas há uma questão que não se pode misturar. Existir a permanente disponibilidade para o serviço, a subordinação a um regime disciplinar completamente diferente, exigir a vida se necessário, mas depois tratar como igual. Há aqui qualquer coisa que está desiquilibrada", contestou. As informações são da TSF.
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