DESTAK - LUSA
A taxa de desemprego em 2012 pode vir a ser superior aos 13,4 estimados pelo Governo, colocando uma pressão adicional sobre as despesas com prestações sociais e consequentemente sobre o défice, considera a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).
De acordo com a análise da unidade independente – que dá apoio técnico aos deputados da comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública – à proposta de Orçamento do Estado para 2012, o Governo estará a contar com um aumento da taxa de desemprego inferior ao deste ano num ano em que a recessão se prevê ser mais profunda.
A UTAO aponta que para este ano, o Governo prevê que a taxa de desemprego cresça em 1,7 pontos percentuais num ano em que a economia deverá cair 1,9 por cento do Produto Interno Bruto.
No entanto, para o próximo ano, o Governo espera uma recessão a rondar os 2,8 por cento (mais 0,9 pontos percentuais que em 2011) e que a taxa de desemprego cresça 0,9 pontos percentuais.
Assim, num ano em que a economia cai 1,9 por cento, o Governo projeta que a taxa de desemprego suba de 10,8 para 12,5 por cento, mas que em 2012, quando a economia cair 2,8 por cento, a taxa suba menos de um ponto percentual, subindo de 12,5 para 13,4 por cento.
Os técnicos apontam riscos a estas previsões e lembram que, a concretizar-se, o aumento do número de desempregados pode vir a colocar uma pressão adicional sobre as despesas com prestações sociais.
Apesar do aumento do desemprego esperado (não contabilizando os riscos que a UTAO aponta), o Governo espera que a despesa com subsídio de desemprego diminua 1 por cento.
A UTAO aponta que neste caso pode estar incluída uma poupança esperada no pagamento destes subsídios decorrente da redução da duração e do valor máximo destes subsídios em 2012 que compensa o aumento do número de desempregados, mas lembra que também estas contas podem sair furadas com o risco da taxa de desemprego aumentar mais do que o esperado pelo Governo.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, a taxa de desemprego no final do segundo trimestre de 2011 correspondia a 12,1 por cento da população ativa.
*Foto em Lusa
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