quinta-feira, 6 de outubro de 2011

STEVE JOBS E LEONARDO DA VINCI




LEILA CORDEIRO* – DIRETO DA REDAÇÃO

Steve Jobs, desde quando criou a Apple na garagem de casa, em 1974,  sempre foi motivo de polêmica. Para uns, ele não passava de mais um empresário que só visava lucro com seus produtos passando por cima de quem quer que fosse, mas para muitos ele foi um gênio criativo e empreendedor, que inventou o mundo da maçã mordida, como se estivesse dizendo simbolicamente:

- Ei, eu sou  Adão, o primeiro homem que mordeu a maçã da era tecnológica.

E ele foi mais ou menos isso. Junto com Bill Gates e mais recentemente com os jovens inventores do Google e do Facebook, criou um mundo virtual onde tudo se resolve com um toque nos botões ou chats na internet.  Mas, além  da materialização de suas idéias criativas, outras mais profundas foram colocadas em público por ele, preocupando-se, principalmente com o destino da juventude dos próximos anos.

E essas idéias mais espiritualizadas em meio a tantos chips, leds e gadgets materiais  surgiram com mais força depois que Jobs descobriu, em 2004, que tinha um câncer no pâncreas com o qual lutou bravamente, mas que o consumiu a olhos vistos.

De lá pra cá, ele acelerou lançamentos de seus produtos, um atrás do outro. O mundo dos “iIsso e iAquilo”, girou tão rápido que  o  próprio Jobs mal pode acompanhá-lo. Cada vez que surgia em público era evidente que a doença vinha ganhando a batalha em seu corpo frágil e magro. Mas  Jobs parecia não se importar com isso. O que valia era estar ali, em cima do palco, anunciando  seu mais novo produto e demonstrando cada detalhe como um orgulhoso pai fala de seu filho.

Ainda bem que seu cérebro manteve-se intacto do mal devastador. Jobs que sempre se destacou pela genialidade e capacidade de ser único, continuou assim até o fim, acima de todas as coisas materias, até mesmo das que criou com toda a sua  sabedoria  sem limites.

Assim como a maior parte da população do planeta, não conheci pessoalmente Steve Jobs, o cérebro da Apple, mas nem precisava. Através de sua criação dos “i-Tudo”, ele conseguiu mostrar à humanidade que veio para ensinar que mais importante que os sensacionalistas cinco minutos de fama são as lembranças e criações que deixamos quando apagamos a luz da vida em nossa consciência. E ele a apagou silenciosamente, sem estardalhaço, em paz cercado pela família.

Esteja certo. Steve Jobs fez parte de uma turma que veio, vem e virá sempre a este mundo como um exército de luz e sabedoria.  Não é à toa que ele foi chamado de  Leonardo da Vinci da modernidade. Afinal,  os dois tiveram em comum a genialidade das descobertas  que realmente marcaram época e dividiram etapas nesse nosso mundo, hoje tão pobre de cabeças pensantes.

Jobs ainda está entre nós, pois sua imagem ficou em cada produto que criou. Palmas para o que ele disse,  num inesquecível discurso  em 2005, quando foi patrono de uma turma de formandos da universidade americana de Stanford . Na época,  ele já estava se tratando do câncer que o vinha consumindo por todos esses anos:

Algum dia, não muito distante vocês gradualmente vão se tornar “o velho” e serão descartados. Desculpem que eu esteja sendo  tão dramático, mas é a verdade. O tempo de vida de vocês é limitado, portanto não o desperdicem vivendo a vida de outrem. Não se deixem prender por dogmas, que é viver com os resultados do pensar de outros. Não permitam que o ruído das opiniões alheias afogue a voz interior de vocês, e, mais importante, tenham a coragem de seguir seu próprio coração e intuição. Eles de alguma maneira sabem no que vocês realmente querem se tornar. Tudo o mais é secundário.

*Começou como repórter na TV Aratu, em Salvador. Trabalhou depois nas TVs Globo, Manchete, SBT e CBS Telenotícias Brasil como repórter e âncora. É também artista plástica e tem dois livros de poesias publicados: "Pedaços de mim" e "De mala e vida na mão", ambos pela Editora Record. É repórter free-lancer e sócia de uma produtora de vídeos institucionais, junto com Eliakim Araujo, em Pembroke Pines, na Florida

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