segunda-feira, 21 de novembro de 2011

GOVERNO BRASILEIRO DESDRAMATIZA RECEIOS DE EXPROPRIAÇÕES DE TERRA EM MOÇAMBIQUE



PMA - LUSA

Maputo, 21 nov (Lusa) - O Ministério das Relações Exteriores brasileiro afastou hoje o risco de o interesse dos empresários do país em desenvolver a agricultura em Moçambique gerar conflitos de terra, sublinhando que o Brasil não persegue nenhuma "agenda de ocupação".

Recentemente, o anúncio de empresários brasileiros de que terão conseguido do Governo moçambicano uma concessão de seis milhões de hectares para a prática da agricultura gerou polémica em Moçambique com receios de que algumas populações possam ser expropriadas das suas terras.

Na semana passada, a União Nacional dos Camponeses de Moçambique (UNAC) alertou para o alegado risco de o país gerar populações "sem terra", caso o Governo aposte na atribuição de grandes concessões ao capital estrangeiro para a prática da agricultura.

Questionado hoje pela Lusa sobre o assunto, o diretor do Departamento de Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Rubens Gama, afirmou que o interesse brasileiro na agricultura moçambicana é parte da oferta de cooperação bilateral.

"Não faria sentido, politicamente, para o Brasil traçar um plano de conquista de território em Moçambique. Não vejo que a oferta de cooperação do Brasil pudesse gerar o risco de conflitos", referiu o responsável.

Os empresários brasileiros, realçou o diretor do Departamento de Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores, pretendem transferir para Moçambique a experiência que detêm na prática da agricultura em áreas de savana, que permitiu ao Brasil ganhar a autossuficiência alimentar e cotar-se como o maior exportador de culturas como a soja.

"O que temos é o desejo de partilhar experiência no desenvolvimento de agricultura em terras tropicais. O Brasil aprendeu a cultivar a soja num terreno de savana como em Moçambique", frisou Rubens Gama.

O diretor do Departamento de Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores do Brasil está em Moçambique no quadro de uma missão de cerca de uma centena de empresários brasileiros, destinada a consolidar o investimento privado brasileiro em Moçambique e a identificar novas possibilidades de negócios.

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