segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Infeções por HIV estabilizaram em Moçambique, mas continuam "inaceitavelmente" altas




CFF - LUSA

Berlim, 21 nov (Lusa) - As infeções pelo vírus da SIDA estabilizaram em Moçambique em 2010, mas continuam em níveis "inaceitavelmente altos" adiantou hoje a ONUSIDA, acrescentando que os novos casos de HIV diminuíram mais de 26 por cento na África Subsaariana.

Em 2009, 1,4 milhões de pessoas viviam com HIV em Moçambique, que registava uma taxa de prevalência da infeção de 11,5 por cento em adultos.

"As epidemias em Lesoto, Moçambique e Suazilândia parecem ter estabilizado ainda que em níveis inaceitavelmente altos", refere o programa das Nações Unidas para a SIDA num relatório a propósito do Dia Mundial da Sida, que se assinala a 01 de dezembro, hoje divulgado.

De acordo com o relatório, a África Subsaariana continua a ser a região mais afetada pelo HIV, sendo que em 2010 cerca de 68 por cento das pessoas infetadas com o vírus viviam nesta região, que concentra 12 por cento da população mundial.

Mais de 70 por cento das novas infeções por HIV no ano passado registaram-se na África Subsaariana, mas a ONUSIDA regista uma "redução notável" da taxa regional de novas infeções.

"O número total de novas infeções por HIV na África Subsaariana diminuiu mais de 26 por cento, passando de 2,6 milhões, estimados no ponto máximo da epidemia em 1997, para 1,9 milhões de pessoas infetadas", refere a organização.

Em 2010, 22,9 milhões de pessoas viviam com HIV na África Subsaariana.

Entre 2001 e 2009, a incidência do HIV baixou mais de 25 por cento em 22 países subsaarianos, incluindo aqueles com as maiores epidemias da doença como a Etiópia, Nigéria, África do Sul, Zâmbia e Zimbabué.

A África do Sul continua a ser o país do mundo com maior número de pessoas a viver com HIV, cerca de 5,6 milhões.

A incidência anual de infeções na África do Sul continua alta, mas diminuiu um terço entre 2001 e 2009, passando de 2,4 por cento ao ano para 1,5 por cento.

Também as epidemias no Botswana, Namíbia e Zâmbia "parecem estar em declínio", segundo o relatório.

Desde 1998, a SIDA tem causado a morte a um milhão de pessoas por ano na região da África Subsaariana, porém, as mortes associadas há doença têm diminuído a um ritmo constante.

Na África Subsaariana, a cobertura do tratamento com antirretrovirais cresceu 20 por cento entre 2009 e 2010, revela o estudo, estimando que pelo menos 6,6 milhões de pessoas estejam a receber tratamento em países de baixo e médio rendimento, o que representa um aumento de 1,35 milhões em relação ao ano anterior.

Nestes países, 47 por cento dos 14,2 milhões de pessoas seropositivas que podem ser tratadas seguem atualmente tratamentos com antirretrovirais, uma cifra que em 2009 era de 39 por cento.

Em Moçambique, Cabo Verde (cerca de 3 mil casos de HIV e SIDA) e Guiné-Bissau (22 mil pessoas com HIV), 40 a 59 por cento da população tratável está coberta por esses tratamentos.

O acesso universal ao tratamento (cobertura igual ou superior a 80 por cento) foi atingido no Botswana, Namíbia e Ruanda, enquanto Suazilândia e Zâmbia registam taxas entre 70 e 80 por cento.

Em Angola (200 mil pessoas com HIV) e São Tomé e Príncipe, a taxa de cobertura com antirretrovirais situa-se entre os 20 e os 39 por cento.

No Brasil (entre 460 e 810 mil casos de HIV e SIDA), entre 60 e 79 por cento dos infetados com o vírus da SIDA têm acesso a tratamento, revela o relatório que aponta o país como um exemplo a seguir no combate à doença.

Em 2008, o país investiu 600 milhões de dólares (446 milhões de euros) para garantir o acesso à prevenção e tratamento do HIV/SIDA às pessoas mais vulneráveis e marginalizadas.

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