Islamabad decidiu rever toda a cooperação
Dulce Furtado – Público - ontem
Responsáveis da NATO desdobram-se desde ontem em esforços para justificar como tendo sido “em legítima defesa” o ataque aéreo contra postos de controlo militares paquistaneses, devido ao qual o Governo de Islamabad decidiu já rever “toda a cooperação” com a organização e também com os Estados Unidos, incluindo a suspensão das rotas de abastecimento para o Afeganistão que passam por território paquistanês.
Segundo um oficial da NATO em Cabul, a operação conjunta de tropas da NATO e afegãs na província de Kunar, que causou a morte de 24 soldados paquistaneses, “foi a primeira” a ser atacada no incidente – o qual ocorreu na madrugada de sábado na porosa zona fronteiriça das montanhas entre o Afeganistão e Paquistão. “Tivemos que responder aos disparos”, explicou esta fonte, sob anonimato, citada pelo jornal britânico The Observer.
O secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, declarou já hoje que a morte dos militares paquistaneses foi um incidente "trágico e involuntário", apelando ao mesmo tempo ao Governo de Islamabad a continuar a colaborar com os aliados ocidentais no combate ao "terrorismo transfronteiriço". "Escrevi ao primeiro-ministro do Paquistão para lhe garantir que a morte dos soldados paquistaneses é de toda a forma inaceitável e lamentável, tal como a dos soldados afegãos e a dos internacionais", precisou ainda em comunicado.
Ontem mesmo, porta-voz da NATO admitiu como “muito provável” que as forças aéreas da organização tivessem sido responsáveis pelo ataque em que morreram os soldados do Paquistão. O chefe da missão da NATO no Afeganistão, John Allen, avançou desde logo que foi aberto um inquérito “exaustivo” ao “incidente”.
As autoridades paquistanesas afirmam que os 24 soldados morreram, e 13 outros ficaram feridos, quando helicópteros e aviões da NATO dispararam contra dois postos de controlo em Salala, localizados a uma distância de 300 metros um do outro, no topo de uma montanha a cerca de 2,5 quilómetros de distância da fronteira com o Afeganistão.
Porta-voz do Exercito do Paquistão avançou por seu lado que “não havia nenhuma actividade militar” quando o ataque ocorreu (pelas 2h locais, menos cinco horas em Portugal continental) e que a maioria dos soldados paquistaneses “estavam a dormir”. A mesma fonte garantiu ainda que a NATO tinha referência das posições daqueles dois postos de controlo militares, pelo que “nunca deviam ter disparado”.
Em represália, o Paquistão decidiu já rever todos os laços de cooperação com a NATO e também individualmente com os Estados Unidos – aliados na luta contra os taliban e a Al-Qaeda, mas cuja relação ficou especialmente tensa após a missão norte-americana em que foi morto Osama Bin Laden, num assalto ao seu refúgio na cidade militar de Abbottabad, em Maio passado.
Um comité de Defesa presidido pelo primeiro-ministro paquistanês, Yousuf Raza Gilani, emitiu já ontem ordem para fechar as portas às rotas de abastecimento da NATO para o Afeganistão que passam pelo Paquistão – que são absolutamente cruciais nos esforços de guerra da coligação internacional naquele país. E revelou ainda que será pedido aos Estados Unidos para abandonarem, dentro de duas semanas, a base aérea de Shamsi, que as tropas norte-americanas usam para lançar ataques com aviões telecomandados contra posições dos rebeldes taliban no Afeganistão - uma exigência que o Governo de Islamabad já fez no passado, em outros momentos de tensão, mas que nunca foi concretizada.
O raide constitui uma “grave infracção à soberania do Paquistão”, avaliou Gilani na reunião de ontem à noite, onde ficou decidido que Islamabad vai “rever e fazer uma análise completa de todos os programas, actividades e acordos de cooperação com os Estados Unidos, a NATO e a Missão de Assistência e Segurança no Afeganistão, incluindo os aspectos político, militar e de serviços secretos”.
O secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, declarou já hoje que a morte dos militares paquistaneses foi um incidente "trágico e involuntário", apelando ao mesmo tempo ao Governo de Islamabad a continuar a colaborar com os aliados ocidentais no combate ao "terrorismo transfronteiriço". "Escrevi ao primeiro-ministro do Paquistão para lhe garantir que a morte dos soldados paquistaneses é de toda a forma inaceitável e lamentável, tal como a dos soldados afegãos e a dos internacionais", precisou ainda em comunicado.
Ontem mesmo, porta-voz da NATO admitiu como “muito provável” que as forças aéreas da organização tivessem sido responsáveis pelo ataque em que morreram os soldados do Paquistão. O chefe da missão da NATO no Afeganistão, John Allen, avançou desde logo que foi aberto um inquérito “exaustivo” ao “incidente”.
As autoridades paquistanesas afirmam que os 24 soldados morreram, e 13 outros ficaram feridos, quando helicópteros e aviões da NATO dispararam contra dois postos de controlo em Salala, localizados a uma distância de 300 metros um do outro, no topo de uma montanha a cerca de 2,5 quilómetros de distância da fronteira com o Afeganistão.
Porta-voz do Exercito do Paquistão avançou por seu lado que “não havia nenhuma actividade militar” quando o ataque ocorreu (pelas 2h locais, menos cinco horas em Portugal continental) e que a maioria dos soldados paquistaneses “estavam a dormir”. A mesma fonte garantiu ainda que a NATO tinha referência das posições daqueles dois postos de controlo militares, pelo que “nunca deviam ter disparado”.
Em represália, o Paquistão decidiu já rever todos os laços de cooperação com a NATO e também individualmente com os Estados Unidos – aliados na luta contra os taliban e a Al-Qaeda, mas cuja relação ficou especialmente tensa após a missão norte-americana em que foi morto Osama Bin Laden, num assalto ao seu refúgio na cidade militar de Abbottabad, em Maio passado.
Um comité de Defesa presidido pelo primeiro-ministro paquistanês, Yousuf Raza Gilani, emitiu já ontem ordem para fechar as portas às rotas de abastecimento da NATO para o Afeganistão que passam pelo Paquistão – que são absolutamente cruciais nos esforços de guerra da coligação internacional naquele país. E revelou ainda que será pedido aos Estados Unidos para abandonarem, dentro de duas semanas, a base aérea de Shamsi, que as tropas norte-americanas usam para lançar ataques com aviões telecomandados contra posições dos rebeldes taliban no Afeganistão - uma exigência que o Governo de Islamabad já fez no passado, em outros momentos de tensão, mas que nunca foi concretizada.
O raide constitui uma “grave infracção à soberania do Paquistão”, avaliou Gilani na reunião de ontem à noite, onde ficou decidido que Islamabad vai “rever e fazer uma análise completa de todos os programas, actividades e acordos de cooperação com os Estados Unidos, a NATO e a Missão de Assistência e Segurança no Afeganistão, incluindo os aspectos político, militar e de serviços secretos”.
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