segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Portugal - Greve geral: SINDICATOS TÊM TUDO PRONTO




A mobilização das centrais sindicais continua até quinta-feira, mas a CGTP e a UGT já estão preparadas para a paralisação de 24 de novembro.

A quatro dias da greve geral as centrais sindicais já aprontaram todo o material de propaganda e têm praticamente tudo pronto para protestar contra as medidas de austeridade, mas até dia 24 vão continuar com ações de mobilização.

A CGTP, mais experiente nestas andanças não perdeu tempo, assim que anunciou, a 1 de outubro, a decisão de avançar para a greve começou a preparar tudo o que é necessário nestas situações: um cartaz especifico para a data, um autocolante, desdobráveis, coletes para os piquetes de greve, panos e pendões para colocar nas ruas.

De acordo com fonte da central sindical, a 26 de outubro a Intersindical já tinha quase todo o material relacionado com a imagem da greve pronto e distribuído às uniões sindicais distritais, que posteriormente o redistribuiu aos sindicatos.

Não foram esquecidos os tempos de antena, para emitir a 8 e a 18 de novembro na televisão e a 8 e a 22 na rádio.

Plenários nas empresas

Foi criado um grupo específico para a organização da greve geral para que nada possa falhar, foram gastas muitas horas a planear o trabalho a desenvolver ao longo de mais de um mês e meio.

Como habitualmente, a CGTP apostou na mobilização dos trabalhadores nos locais de trabalho, para isso os seus sindicalistas realizaram plenários e contactos em empresas privadas e serviços públicos.

Arménio Carlos, da comissão executiva da CGTP, disse à agência Lusa que foram feitos, e continuam a ser feitos até à véspera da greve, cerca de 9.000 plenários e contactos com os trabalhadores para lhes explicar os motivos do protesto nacional e avaliar a sua disponibilidade para nele participar.

Os próprios dirigentes nacionais da Inter, nomeadamente o secretário-geral, desdobraram-se ao longo das últimas semanas para participar em plenários um pouco por todo o país.

"Temos tido uma base muito alargada de sustentação para a realização de plenários em todo o país", disse Arménio Carlos referindo que a CGTP tem contado com o envolvimento de cerca de 15.000 dirigentes e ativistas sindicais na preparação da greve.

Mais de mil piquetes de greve

Segundo o sindicalista estão já formados mais de mil piquetes de greve.

A UGT, cujo Secretariado nacional aprovou a greve geral a 19 de outubro, terminou o seu material de propaganda no início de novembro: um cartaz, um desdobrável, um autocolante e pendões para colocar junto aos principais interfaces de transportes.

Também foi feito um tempo de antena que será emitido segunda-feira. Os sindicalistas da UGT também fizeram plenários em empresas e serviços públicos, alguns deles com a presença do secretário-geral.

Mas apesar da preparação atempada, o trabalho vai continuar até quinta-feira: muitos plenários estão ainda marcados e vão ter de ser definidas as orientações para o dia da própria greve.

Nesse dia vão ser visitados os locais onde os efeitos da paralisação serão mais facilmente visíveis, terá de ser recolhida informação sobre os níveis de adesão, serão marcados encontros com a imprensa.

Manifestações em vários distritos

Além de tudo isto vão decorrer ao longo do dia 24 manifestações em vários distritos, nomeadamente em Lisboa, o que implica recursos acrescidos, embora a organização desses protestos estejam a cargos das uniões distritais.

Esta é a terceira greve geral em que a CGTP e UGT se juntam, mas apenas a segunda greve conjunta das duas centrais sindicais portuguesas já que em 1988 a CGTP decidiu avançar e a UGT, autonomamente, também marcou uma greve geral para o mesmo dia. A greve do próximo dia 24 foi marcada após o Governo ter anunciado novas medidas de austeridade, nomeadamente a suspensão dos subsídios de férias e de Natal na função pública, assim como o aumento do tempo de trabalho no setor privado.

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