Público - Lusa
Mário Soares, antigo Presidente da República, afirmou neste sábado que uma manifestação de militares, como a que aconteceu em Lisboa, é algo que deve “impressionar” e levar à reflexão e à ação.
Falando na conferência sobre o Futuro na Europa, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Mário Soares afirmou que há uma “relativa conformidade” enquanto as manifestações forem dirigidas pelos sindicatos, porque fazem parte do “jogo político e social”.
“Mas desta vez deu-se um passo muito importante. Temos uma manifestação dos militares. E não é uma coisa fácil, é algo que deve impressionar as pessoas, que têm de refletir e têm de agir, dizendo o que pensam e insistindo para que as coisas tomem o seu caminho”, argumentou.
O antigo Chefe de Estado lembrou que Portugal soma muitos e bons talentos académicos, culturais e desportivos, sublinhando ainda o “salto que a Universidade Pública deu”.
“E agora vamos cortar nas Universidades Públicas? Para irem lá para fora, como alguém já disse: vão para o estrangeiro. Mas isso é coisa que se faça? E o resto da nossa fortuna? Vamos vender as nossas jóias, as grandes empresas que nos dão lucro?”, questionou.
Mário Soares também instou a que se pense “para que servem os sacrifícios”.
O antigo líder do PS garantiu que, com os seus valores, “não tolera” que Portugal seja um dos países europeus com mais “desigualdades” e criticou o caminho dos “cortes no Serviço Nacional de Saúde, nas Universidades e no emprego”.
Afirmando-se defensor da ajuda financeira e do cumprimento dos compromissos, desde que se conheçam as consequências, Mário Soares recordou que o apoio internacional “não foi uma esmola dada a um pobre”, mas um negócio que dará “fortunas” a quem emprestou o dinheiro.
“[Os elementos da troika] não podem vir governar o nosso país, não é essa a função de estrangeiro sobretudo quando não há um governo europeu. Porque é que eles mandam? Eu tenho as minhas dúvidas acerca disso”, afirmou.
Mário Soares defendeu uma “rutura” e o fim do domínio dos mercados: “Os mercados não podem mandar nos Estados, são os Estados que mandam nos mercados. Mas o que sucede é que muitos dos dirigentes dos Estados estão feitos com os mercados”.
O antigo dirigente não poupou criticas ao Tratado de Lisboa, que “nasceu velho, com deficiências e diz asneiras”, sublinhando a necessidade de ser alterado para dar mais poderes ao Banco Central Europeu.
“Os dirigentes vão compreender. A senhora Merkel [chanceler alemã], por mais tacanha que seja, e é bastante, e o senhor Sarkozy [presidente francês], por mais bailarino que seja, e também é bastante, vão perceber que tudo os empurra para sair da situação, senão serão vítimas”, disse.
À saída do seminário, Mário Soares afirmou concordar com a abstenção do PS na votação do Orçamento do Estado de 2012 e considerou positivo o diálogo entre oposição e Governo.
Acerca do líder socialista, António José Seguro, referiu ter tomado uma “posição firme e clara”.
“É uma pessoa que não berra, tem muito boa reputação e fala com rigor e precisão”, classificou.
“Mas desta vez deu-se um passo muito importante. Temos uma manifestação dos militares. E não é uma coisa fácil, é algo que deve impressionar as pessoas, que têm de refletir e têm de agir, dizendo o que pensam e insistindo para que as coisas tomem o seu caminho”, argumentou.
O antigo Chefe de Estado lembrou que Portugal soma muitos e bons talentos académicos, culturais e desportivos, sublinhando ainda o “salto que a Universidade Pública deu”.
“E agora vamos cortar nas Universidades Públicas? Para irem lá para fora, como alguém já disse: vão para o estrangeiro. Mas isso é coisa que se faça? E o resto da nossa fortuna? Vamos vender as nossas jóias, as grandes empresas que nos dão lucro?”, questionou.
Mário Soares também instou a que se pense “para que servem os sacrifícios”.
O antigo líder do PS garantiu que, com os seus valores, “não tolera” que Portugal seja um dos países europeus com mais “desigualdades” e criticou o caminho dos “cortes no Serviço Nacional de Saúde, nas Universidades e no emprego”.
Afirmando-se defensor da ajuda financeira e do cumprimento dos compromissos, desde que se conheçam as consequências, Mário Soares recordou que o apoio internacional “não foi uma esmola dada a um pobre”, mas um negócio que dará “fortunas” a quem emprestou o dinheiro.
“[Os elementos da troika] não podem vir governar o nosso país, não é essa a função de estrangeiro sobretudo quando não há um governo europeu. Porque é que eles mandam? Eu tenho as minhas dúvidas acerca disso”, afirmou.
Mário Soares defendeu uma “rutura” e o fim do domínio dos mercados: “Os mercados não podem mandar nos Estados, são os Estados que mandam nos mercados. Mas o que sucede é que muitos dos dirigentes dos Estados estão feitos com os mercados”.
O antigo dirigente não poupou criticas ao Tratado de Lisboa, que “nasceu velho, com deficiências e diz asneiras”, sublinhando a necessidade de ser alterado para dar mais poderes ao Banco Central Europeu.
“Os dirigentes vão compreender. A senhora Merkel [chanceler alemã], por mais tacanha que seja, e é bastante, e o senhor Sarkozy [presidente francês], por mais bailarino que seja, e também é bastante, vão perceber que tudo os empurra para sair da situação, senão serão vítimas”, disse.
À saída do seminário, Mário Soares afirmou concordar com a abstenção do PS na votação do Orçamento do Estado de 2012 e considerou positivo o diálogo entre oposição e Governo.
Acerca do líder socialista, António José Seguro, referiu ter tomado uma “posição firme e clara”.
“É uma pessoa que não berra, tem muito boa reputação e fala com rigor e precisão”, classificou.
*Foto em Lusa
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