domingo, 6 de novembro de 2011

Presidente da Colômbia confirma ajuda de membros das Farc na ofensiva contra Cano




CORREIO DO BRASIL, com BBC Brasil- de Bogotá

Em visita ao acampamento onde o líder das Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc), Alfonso Cano, foi morto em uma ação do governo colombiano, o presidente Juan Manuel Santos confirmou que houve colaboração de membros da guerrilha para se chegar até o local.

Falando do acampamento, no Estado de Cauca, sudoeste do país, Santos declarou que a “Operación Odiseo”, nome dado pelo Exército ao trabalho de busca e abatimento de Cano, não foi resultado de sorte ou de coincidência.

-Isso não foi fruto de um único dia de ação, e, sim, produto de um trabalho cuidadoso realizado durante este último ano. E para isso contamos com a ação do Exército, de diversas fontes de inteligência de gente de dentro das Farc-, afirmou o presidente.

Santos voltou a classificar a morte de Cano como o mais duro golpe que a guerrilha sofreu em seus 47 anos de existência. Em seu pronunciamento, ele apresentou alguns detalhes da operação, que consistia na perseguição ao líder e a outros chefes do grupo para tirá-los da zona onde tinham estrutura militar e logística.

-Nossa estratégia foi sendo melhorada, mas a ideia sempre foi de obrigá-los a ir a um território novo onde não tinham apoio e cometeriam erros. Com esses erros, nós chegamos a Cano-, disse.

Diálogo

Ao fim do discurso, ele chamou novamente as Farc a abandonar as armas: “Se não se desmobilizarem a alternativa dos guerrilheiros é o cárcere ou a tumba. Aos cabeças das Farc eu digo: há uma mão generosa que lhes pode incorporar a vida civil.”

Além disso, o Exército da Colômbia declarou que a operação contra os guerrilheiros continua, com 17 helicópteros patrulhando a área.

Santos também parabenizou o Exército Nacional e chamou os soldados de “heróis da pátria”, mas voltou a dizer que esse momento não é de triunfalismo, mas sim de perseverança.

O ministro da Defesa colombiano, Juan Carlos Pinzon, informou que o Exército bombardeou o acampamento e que, em seguida, os soldados chegaram de helicóptero na área e mataram Cano e vários outros integrantes do grupo em um tiroteio.

Fotos do líder das Farc morto, já sem a tradicional barba que costumava exibir, foram mostradas por canais de televisão colombianos.

Cano, um ex-professor universitário de 63 anos cujo nome verdadeiro é Guillermo León Saenz, assumiu a liderança das Farc após a morte de Manuel Marulanda, em 2008. Ele modificou estratégias da guerrilha, com ataques mais agressivos, especialmente contra a população civil.

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