domingo, 20 de novembro de 2011

São Tomé e Príncipe: Dirigente histórico do maior partido de oposição pede congresso...




... para se recuperar a "dignidade"

MYB - LUSA

São Tomé 20 nov (Lusa) -- O Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP-PSD), principal partido da oposição são-tomense, deve convocar um congresso extraordinário para recuperar a sua "dignidade", defendeu em entrevista à Agência Lusa Alcino Pinto, militante histórico e deputado.

"Face à situação existente, o congresso é o caminho para se reiniciar o processo de devolver ao MLSTP a dignidade que merece. Esse caminho foi frustrado pela última decisão do conselho nacional (que reafirma a confiança no atual líder do partido, Aurélio Martins), mas começam agora a surgir pequenas reações dando conta da necessidade de se fazer, de facto, algo em prol do MMLSTP digno", afirmou Alcino Pinto.

"O MLSTP não é hoje um partido unido, estamos a viver um problema de desnorte político, a atual liderança não sabe o que fazer, pensa que para conduzir a máquina política basta ter dinheiro. O presidente foi eleito em janeiro e de janeiro a esta parte não realizou nenhuma ação política significativa", adiantou o deputado.

Nas últimas duas semanas três influentes dirigentes do MLSTP-PSD demitiram-se do partido. A mais recente demissão foi a de Maria das Neves, secretária nacional da organização das mulheres sociais-democratas (MSD), que foi candidata à primeira volta das eleições presidenciais de agosto em São Tomé e Príncipe, concorrendo contra o atual líder do partido Aurélio Martins.

Antes das presidenciais, ganhas por Ponto da Costa, o MLSTP-PSD já tinha perdido as legislativas para a Ação Democrática Independente (ADI), atualmente no poder: "Nós perdemos as eleições legislativas em 2006, voltámos a perder em 2010 e, sobretudo, esta última derrota foi do ponto de vista psicológico muito profunda", recorda Alcino Pinto.

Para o militante histórico, "o MLSTP-PSD está sem norte, sem orientação política, sem liderança e transformou-se num partido onde se vive uma cultura de mentira" e onde "a confusão está instalada".

Alcindo Pinto diz lamentar também "a ausência significativa das mentes críticas do partido" das suas atividades já há vários meses.

Apesar disto, o deputado garante, que a crise interna no MLSTP-PSD não irá perturbar a votação do Orçamento do Estado do país para 2012, cuja discussão está agendada para meados de dezembro.

"Felizmente a nossa bancada (parlamentar) é constituída por homens e mulheres que conhecem a história do partido, temos o sentimento daquilo que o MLSTP quer, daquilo que o MLSTP merece", acrescentou.

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