quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Angola: ISAÍAS SAMAKUVA REFORÇA A UNIDADE




Bernardino Mange – Jornal de Angola

O presidente cessante da UNITA defendeu, ontem, em Luanda, que o XI Congresso Ordinário do partido deve ser o primeiro passo para a reconciliação interna.

Isaías Samakuva, que discursava na cerimónia de abertura do conclave, disse que o seu partido pretende a unidade de todos os angolanos e que a união deve começar na UNITA.

“Não faz sentido falarmos da reconciliação nacional se não nos reconciliarmos com os que, no passado, abandonaram a nossa casa. Todos seremos poucos para construir a Angola dos nossos sonhos”, frisou.

A reconciliação nacional, na vertente económica, referiu, exige um diálogo franco e a aceitação efectiva dos princípios republicano, democrático e da igualdade, como normas fundamentais de convivência social, do exercício do poder político e de organização e funcionamento do Estado.

“O desenvolvimento social requer que o objecto efectivo da governação e das políticas públicas seja um só, o cidadão”, declarou.

Samakuva disse que a palavra de ordem do congresso é mudança.

A UNITA, salientou, defende uma mudança com grandeza moral, sem revanchismos, nem tibiezas, que preserve o que funciona bem e respeite a construção e os construtores. “Além de unir os angolanos para a mudança, temos de preparar o partido para governar Angola”, alertou. A paz, a identidade política da UNITA e a conformação da organização dos processos eleitorais à Constituição da República são, referiu, outros assuntos a serem debatidos no congresso, que termina na sexta-feira.

“Os deputados à Assembleia Nacional parecem ter dado um passo importante nesse sentido na semana passada. Faltam outros igualmente importantes”, declarou o líder da UNITA, para quem não é suficiente estabelecer a Comissão Nacional Eleitoral como órgão independente que organiza, executa, coordena e conduz os processos eleitorais, nos termos do artigo 107º da Constituição da República.

Isaías Samakuva referiu que, no Congresso, a UNITA deve debater também a criação de uma estrutura que acompanhe os principais dossiers do país, fiscalize efectivamente a execução do Plano Nacional e elabore políticas alternativas para todos os sectores da vida nacional, com vista a apresentar ao eleitorado o programa para governar Angola. “Isso significa criar um governo sombra”, revelou.

O ponto mais alto do XI Congresso Ordinário da UNITA é na sexta-feira, último dia dos trabalhos, em que é eleito o novo presidente do partido, lugar a que concorrem dois candidatos, o presidente cessante, Isaías Samakuva, e José Pedro Katchiungo.

Na cerimónia de abertura estiveram presentes Abel Chivukuvuku e Paulo Lukamba Gato, militantes que estavam sob processo disciplinar movido pela direcção cessante do partido. Para a cerimónia de abertura foram também convidados alguns partidos, com realce para o MPLA, PRS, FNLA, PDP-ANA, os POC e o Bloco Democrático.

Os elogios do MPLA

Carlos Ferreira Pinto, que representou o MPLA no acto, elogiou a UNITA pela realização periódica de congressos. “Viemos, em nome do MPLA, saudar a direcção da União para a Independência Total de Angola (UNITA) por realizar mais esse congresso, uma prática não seguida por alguns partidos”, disse, em declarações à imprensa.

O deputado comentou também a intervenção de Isaías Samakuva: “Foi um discurso analítico e crítico sobre a governação do partido maioritário e foi, também, um discurso programático porque traçou o plano de actividades deste partido para os próximos tempos e as linhas de orientação sobre um eventual programa de governação”, disse Ferreira Pinto.

Eduardo Kwangana, líder do PRS, Ngola Kabangu, presidente da bancada parlamentar da FNLA, Sediangani Mbimbi, presidente do PDP-ANA, e Manuel Fernandes, dos POC, felicitaram também a UNITA pela realização do seu congresso e disseram acreditar que o partido vai sair mais reforçado do congresso para os novos desafios.

*Foto Dombele Bernardo – Jornal de Angola

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