quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Cabo Verde: LUTA SOCIAL COMEÇA A AQUECER




Inflexibilidade do Governo está na origem

Trabalhadores aduaneiros entregaram pré-aviso de greve, depois de esgotadas todas as possibilidades de diálogo com a tutela, através da Direcção Geral das Alfândegas. Vislumbram-se tempos agitados no mundo do trabalho

Praia, 14 de Dezembro 2011 – Como já se previa, a contestação social começa a tomar forma, ensaiando os primeiros passos. Desta feita, trabalhadores das alfândegas poderão entrar em greve nos dias 21, 22 e 23 próximos, caso não lhes seja dada resposta positiva ao caderno reivindicativo de 5 pontos onde se defende a anulação da formação para recrutamento de 14 técnicos do escalão A; as progressões de funcionários com mais de 10 anos na mesma categoria profissional; abertura de concurso interno para preenchimento das vagas existentes em vários escalões; regularização dos pagamentos em atraso, referentes às progressões na carreira entre 2004 e 2011, bem como a equiparação das carreiras aduaneiras à dos quadros do Ministério das Finanças e do Planeamento, que tutela as alfândegas.

Em cumprimento da legalidade, nomeadamente aquela contemplada no Código Laboral, o Sindicato Nacional Democrático dos Trabalhadores da administração Pública (SINDETAP) entregou na passada segunda-feira, 12, o pré-aviso de greve. O que, segundo “A Semana” suscitou a reacção do director-geral das Alfândegas, Marino Andrade, que “alega que tais exigências carecem de sustentação, porque a maioria das reivindicações não tem razão de ser”, refere o jornal. A confirmar-se, a greve deverá ocorrer a partir das 8 horas de 21 de Dezembro, prolongando-se por 48 horas.

À ameaça de requisição civil, acenada pelo director-geral, reage o SINDETAP acusando a Direcção Geral das Alfândegas de falta de diálogo, uma situação que tem particular acuidade nas instituições tuteladas pelo Ministério das Finanças que, ao que Liberal apurou, por determinação da ministra Cristina Duarte se tem mantido numa posição de inflexibilidade, o que contrasta com os apelos ao consenso e ao diálogo alardeados pelo próprio Primeiro-ministro, José Maria Neves.

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