Correio do Brasil, com Reuters- de Pequim
O jovem novo líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, terá de dividir o poder com um tio e com os militares, o que significa que o regime comunista terá um comando coletivo depois da morte de Kim Jong-il, segundo uma fonte que mantém estreitas ligações com os governos da Coreia do Norte e da China.
A fonte não quis ser identificada, mas já previu corretamente eventos anteriores – foi quem revelou à agência inglesa de notícias Reuters que a Coreia do Norte testaria sua primeira arma nuclear em 2006, como de fato ocorreu.
Kim Jong-un sucederá a seu pai como parte de uma dinastia familiar comunista que dirige a Coreia do Norte desde a fundação do país, na década de 1940. Kim morreu no sábado, mas sua morte só foi anunciada na segunda-feira.
A fonte que falou à Reuters qualificou de “muito improvável” a hipótese de um golpe militar. “Os militares juraram obediência a Kim Jong-un”, acrescentou.
A liderança coletiva, segundo essa fonte, incluirá Jang Song-thaek, de 65 anos, cunhado de Kim Jong-il e tio de Kim Jong-um. Em 2009, Jang foi nomeado para a Comissão Nacional de Defesa, um órgão de alto escalão que Kim Jong-il dirigia na qualidade de comandante do militarizado Estado norte-coreano.
Na segunda-feira, logo antes do anúncio da morte de Kim, a Coreia do Norte testou um míssil de curto alcance, o que segundo a fonte foi feito como um alerta aos EUA.
–A Coreia (do Norte) quis passar a mensagem de que tem a capacidade de se proteger sozinha–, disse a fonte. “Mas dificilmente a Coreia conduzirá um teste nuclear no futuro próximo, exceto se provocada.”
O programa nuclear norte-coreano é um persistente motivo de tensões na comunidade internacional. O país testou um artefato militar em 2006 e 2009, e abandonou negociações com EUA, China, Japão, Rússia e Coreia do Sul, as quais eram parte de um processo que visava à concessão de benefícios políticos e econômicos em troca do desarmamento.
A China, principal aliada da Coreia do Norte, convidou na terça-feira o novo líder norte-coreano a fazer uma visita. O presidente Hu Jintao e seu vice, Xi Jinping, prestaram condolências na embaixada norte-coreana em Pequim, cujo acesso ficou fechado.
Pequim pressiona a Coreia do Norte a abrir mão das armas nucleares, e a fonte disse que o país aceitaria isso, sob a condição de que seja assinado um armistício envolvendo EUA, China e as duas Coreias, para substituir o precário cessar-fogo que encerrou a Guerra da Coreia (1950-53).
A Coreia do Norte, acrescentou a fonte, também está convencida de que há armas nucleares norte-americanas na Coreia do Sul, e exige sua retirada.
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