sábado, 24 de dezembro de 2011

CUBA LIBERTA MILHARES DE PRESOS



RTP

A amnistia anunciada pelo Governo cubano não é total, mas é a mais ampla de que há memória: 2900 presos políticos vão ser libertados, incluindo 86 presos estrangeiros oriundos de 25 países diferentes. A iniciativa está a ser vista como um possível prenúncio de outras medidas de reforma política.

Segundo o vice-presidente do Conselho das Américas, Eric Farnsworth, citado pelo site da Al Jazeera, "esta é a primeira vez que o regime, sob [o governo de] Raul Castro está a liberalizar politicamente e é possível que este possa ser o primeiro de vários passos". Farnsworth considera que "Cuba realmente não quer armazenar estas pessoas à medida que elas se aproximam do fim da vida, se puder ver-se livre de prisioneiros que que de outro modo teria de reter".

O presidente cubano, Raul Castro, deu ontem um explicação diferente perante a assembleia legislativa do país, referindo a anunciada libertação dos presos como "uma prova da generosidade e da força da revolução". Raul Castro explicou também a oportunidade da medida com a iminente visita a Cuba do papa Bento XVI.

No mesmo discurso de ontem, o presidente cubano prometeu atenuar "gradualmente" as leis que limitam a possibilidade de viajar ao estrangeiro. Raul Castro admitiu que a emigração actual é predominantemente económica. As pessoas que hoje partem, afirmou, não o fazem como acto de hostilidade ao país nem se tornam por isso suas inimigas.

Desse modo, Castro estabelecia a distinção entre a emigração actual e a dos anos 60, que fora determinada por motivos essencialmente políticos, na sequência da revolução que levou ao poder, em 1959, o movimento liderado por seu irmão, Fidel Castro.

No discurso de Raul Castro não houve qualquer referência, entre os prisioneiros a libertar, ao norte-americano Alan Gross, que está condenado a 15 anos de prisão por ter ido a Cuba, sob as ordens do Departamento de Estado norte-americano, entregar equipamento informático à pequena comunidade judaica do país. Gross foi condenado em tribunal por "actos contra a independência e integridade territorial de Cuba" e já cumpriu dois anos da sua pena.

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