CABO VERDE
JSD - LUSA
Cidade da Praia, 16 dez (Lusa) - A embaixadora dos Estados Unidos em Cabo Verde retificou hoje o montante atribuído pelo Millenium Challenge Corporation (MCC), indicando que o valor é de 66,2 milhões de dólares e não os 62,2 anunciados na quinta-feira pelo primeiro-ministro cabo-verdiano.
Numa conferência de imprensa, Adrienne O'Neal disse desconhecer as razões que levaram José Maria Neves a anunciar, na quinta-feira à noite, o montante do MCC a disponibilizar no âmbito do II Compacto da instituição que rege a ajuda pública ao desenvolvimento nos Estados Unidos (sobre de 47,71 para 50,78 milhões de euros).
Também já hoje, José Maria Neves, questionado pela agência Lusa à margem de um seminário na Cidade da Praia, ficou surpreendido com a informação, afirmando que a informação foi disponibilizada quinta-feira à noite numa conversa telefónica com o próprio diretor executivo do MCC, Daniel Yohannes.
"Foi essa a informação que recebemos. No entanto, são «good news" (boas notícias)", disse o chefe do executivo cabo-verdiano, referindo-se aos 66,2 milhões de euros (50,78 milhões de euros).
O chefe do Governo, que falava à Lusa antes de partir para a ilha de São Vicente, não fez mais comentários.
Por seu lado, O'Neal realçou que a verba só poderá ser disponibilizada após o Congresso norte-americano aprovar o documento que já tem "luz verde" do MCC, indicando que tal deverá acontecer "em breve", sem, porém, adiantar uma data precisa.
A diplomata norte-americana, em funções desde 09 deste mês, sublinhou que Cabo Verde é o primeiro país africano a ver confirmada a elegibilidade e aprovado um segundo pacote financeiro do MCC - o primeiro foi de 110 milhões de dólares para o período 2004 e 2010.
Reconhecendo a diminuição "significativa" do montante em causa do novo pacote financeiro do MCC para Cabo Verde - desceu de 110 milhões para 66,2 milhões -, O'Neal explicou que tal se deveu aos "fortes cortes orçamentais" provocados pela crise internacional, que também afeta os Estados Unidos.
A diplomata indicou que três outros países, à semelhança do que aconteceu com Cabo Verde em 2009, viram o Conselho de Administração do MCC aprovar, mas apenas a elegibilidade, para um segundo compacto - Benim, El Salvador e Honduras -, pelo que irão agora iniciar-se as negociações para definir os programas e financiamento.
"Cabo Verde representa um grande exemplo para a democracia em África e é dos primeiros a graduar-se em País de Rendimento Médio (PRM), tendo conseguido cumprir os critérios mais exigentes para um novo compacto", afirmou.
Segundo O'Neal, o novo programa constitui "uma grande oportunidade" para reduzir a pobreza e fazer face a constrangimentos críticos que limitam o crescimento económico, através de projetos assentes nos setores da água e saneamento, higiene e gestão do território.
"Ambos os setores constituem prioridades no programa de Governo para a legislatura 2011/16. Cabo Verde reconhece que, para reduzir a pobreza, deve dar continuidade à sua trajetória positiva no que concerne ao bom desempenho e reformas políticas", concluiu.
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