Filipe Alves - Económico
Sob pressão da ‘troika’, Estado teve de resolver de vez o caso BPN, vendendo-o ao BIC por 40 milhões de euros.
Winston Churchill afirmou, no rescaldo da Batalha de Inglaterra, que "nunca tantos deveram tanto a tão poucos". No caso do BPN, quase que se poderia dizer o oposto: durante três anos, um banco de pequena dimensão provocou uma hemorragia financeira dita "colossal", cuja factura final, a cargo dos contribuintes, apenas será conhecida no final desta década.
O desfecho do caso BPN, que até à data obrigou o Estado a registar perdas de 2,75 mil milhões de euros, foi, de resto, um dos temas fortes da actualidade noticiosa em Portugal no ano de 2011. Depois de uma primeira tentativa de privatização, que falhou por ausência de interessados, em Julho o Estado chegou a acordo para a venda do BPN ao banco luso-angolano BIC, por 40 milhões de euros.
O valor do negócio - irrisório face à dimensão do ‘buraco' e demasiado pequeno para um banco, mesmo em tempos de crise - provocou polémica, com a Oposição a acusar o Executivo de favorecer o grupo liderado por Fernando Telles e Luís Mira Amaral.
No entanto, a difícil situação em que o banco se encontrava, o facto de os outros dois concorrentes não satisfazerem os critérios exigidos (o Montepio queria comprar apenas parte dos activos e o NEI pretendia pagar em prestações) e a pressão colocada pela ‘troika' não davam ao Governo margem de manobra.
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