DIÁRIO DE NOTÍCIAS
O ex-candidato presidencial Manuel Alegre acusou hoje o Governo de pretender acabar com o feriado de 5 de Outubro por razões "ideológicas" e "revanchistas", advertindo que nem Oliveira Salazar se atreveu a tocar na instauração da República.
As críticas de Manuel Alegre foram feitas em declarações à agência Lusa, depois de interrogado sobre os motivos que o levaram a encabeçar um movimento contra a extinção de feriados civis. "Um país é feito de símbolos e datas como o 1º de dezembro ou o 5 de outubro fazem parte da nossa identidade. Nem Salazar se atreveu a tocar no 5 de outubro", respondeu o ex-candidato presidencial apoiado pelo PS e Bloco de Esquerda.
Manuel Alegre acusou depois o Governo de pretender pôr em prática "uma medida ideológica e revanchista, sobretudo contra o 5 de Outubro". "Trata-se também de uma medida contra um direito que o povo português conquistou, que é o direito ao lazer, o direito a gozar os seus feriados. Nós não somos escravos", afirmou. Interrogado se aceita em contraponto a extinção de alguns feriados religiosos, o ex-dirigente socialista manifestou uma posição menos fechada, considerando no entanto intocáveis feriados como o Natal ou Páscoa. "Considero que a extinção de feriados não resolver problema nenhum de competitividade. O que resolve a competitividade é qualidade da educação ou a organização do trabalho", contrapôs.
Em relação aos feriados religiosos, Alegre vincou ainda que Portugal "é um país de maioria cristã". Portanto, é natural que alguns deles se mantenham. Mas Portugal não tem muitos feriados cívicos - e ainda falta o da fundação de Portugal com a batalha de São Mamede. Era o que faltava agora colocar-se em causa feriados como o 5 de outubro, o 1º de dezembro, o 25 de abril ou o 1º de Maio", acrescentou.
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