domingo, 4 de dezembro de 2011

SARKOZY E MERKEL ULTIMAM PROPOSTAS DE “REFUNDAÇÃO” DA EUROPA




JORNAL DE NOTÍCIAS

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, vão preparar segunda-feira, em Paris, propostas comuns com vista a uma "refundação" da União Europeia, para apresentar aos restantes líderes europeus no final da semana.

Em causa estarão propostas com vista a um efectivo reforço da governação económica e aumento da disciplina na zona euro, que deverão implicar alterações aos tratados europeus ou mesmo um novo, como sugeriu Sarkozy na passada quinta-feira, quando indicou que Paris e Berlim defendem "um novo tratado europeu que refunde e repense a organização da Europa".

"Mais responsabilidade assumida perante os povos por um verdadeiro governo económico, esta é a nossa visão sobre o futuro da zona euro e a futura reforma dos tratados", disse Sarkozy.

Na sexta-feira, foi a vez de a chanceler Merkel levantar um pouco um véu sobre as ideias do eixo franco-alemão, ao indicar que a Europa está prestes a criar uma união orçamental.

"Não estamos apenas a falar sobre uma união orçamental, estamos prestes a realizá-la", afirmou, acrescentando que serão necessárias "regras rígidas, pelo menos para a zona euro", apontou.

A reunião de Paris, no formato de um jantar de trabalho, constituirá a oportunidade de Sarkozy e Merkel "afinarem" então as propostas, que deverão apresentar aos restantes 25 chefes de Estado ou de Governo da União Europeia, que se reunirão entre quinta e sexta-feira em Bruxelas, em mais uma cimeira considerada decisiva para a zona euro, sob forte pressão dos mercados.

Segundo fontes diplomáticas, as alterações aos tratados poderão produzir-se através da elaboração de um protocolo que seja aprovado de forma mais rápida pelos 27, já que o tradicional processo de modificação é complexo e moroso, dada a necessidade de ratificação pelos parlamentos de todos os Estados-membros, e o momento que a Europa vive é de urgência.

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, tem mostrado abertura a uma eventual alteração aos tratados, tendo defendido na semana passada a ideia de que tal "pode ser uma contribuição que demonstre que o euro é irreversível, que todos os Estados-membros estão unidos no apoio à moeda única", mas tem defendido que tal não pode ser "desculpa para atrasar reformas" e decisões que "têm de ser tomadas agora" para estancar a crise económica e financeira.

Certo é que o Conselho Europeu da próxima semana é uma vez mais antecedido de uma reunião bilateral entre Paris e Berlim, que muitas vozes acusam de estar a funcionar como um "directório", restando saber de que forma Sarkozy e Merkel se entenderão em matérias que os têm dividido, tal como o papel do Banco Central Europeu nos empréstimos aos países da zona euro e a possibilidade de emissão dos "eurobonds".

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