FYRO - Lusa
Rio de Janeiro, 13 jan (Lusa) - O atual ministro da Defesa e ex-chefe da diplomacia brasileira, Celso Amorim, admitiu hoje que o Brasil terá de reavaliar a sua política de imigração.
"Não dá para se tornar a sexta economia do mundo impunemente. Normalmente, as pessoas saíam do Brasil, mas o país ficou melhor agora e as pessoas passaram a querer entrar no país", afirmou o ministro, citado pela Agência Brasil.
Amorim considerou que será preciso avaliar como o Brasil pretende agir perante o novo panorama, com o cuidado de manter a tradição de ajuda humanitária, mas de maneira "compatível" com as possibilidades do país.
O ministro lembrou ainda que não se tratam apenas de estrangeiros a querer entrar em território brasileiro, mas também de brasileiros que estão a regressar em busca de melhores condições de vida.
As declarações de Amorim foram feitas um dia após o Conselho Nacional de Migração, do Ministério do Trabalho, ter aprovado a resolução que prevê regularizar a entrada de haitianos no Brasil.
Pelo acordo, serão concedidos aos haitianos, em caráter excecional, vistos de trabalho sem a necessidade de comprovação prévia de vínculo laboral ou de qualificação profissional.
Será expedido um total de até 1.200 vistos deste tipo, uma média de 100 por mês, durante dois anos.
O prazo de validade da autorização será de cinco anos, ao fim dos quais o cidadão terá de comprovar que adquiriu estabilidade no país para obter a sua renovação.
O Brasil comanda a Missão de Estabilização das Nações Unidas para o Haiti (Minustah) desde 2004. As tropas foram reforçadas após o terramoto de janeiro de 2010.
Ainda segundo a Agência Brasil, Celso Amorim defendeu que o país precisa procurar "equilíbrio" nas suas ações migratórias, para garantir que estes cidadãos, que vêm em busca de melhores condições de vida, não acabem por enfrentar um cenário ainda pior na mão de 'atravessadores' (pessoas que cobram para ajudar os emigrantes a atravessar a fronteira).
Há cerca de quatro mil haitianos a viver hoje no Brasil, dos quais 1.600 já tiveram a sua situação regularizada.
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