Correio do Brasil, com RBA - de Teresina
Manifestantes contrários ao aumento das passagens de ônibus e ao sistema de integração estabelecido pela prefeitura de Teresina foram reprimidos pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar do Piauí, nestas terça e na quarta-feiras. O protesto percorria a avenida Frei Serafim, uma das principais vias da capital do Estado. Um vídeo mostra os excessos praticados.
A maioria dos manifestantes é de estudantes, que criticam o reajuste na passagem de ônibus, que passou de R$ 1,90 para R$ 2,10. Eles também pedem a implantação de um sistema que permite tomar uma segunda condução sem pagar novamente.
Há seis meses foram organizados protestos semelhantes que chegaram a levar 15 mil pessoas às ruas. Na ocasião, o prefeito Elmano Ferrer (PTB) cedeu e revogou o decreto que reajustava a tarifa para R$ 2,10. Mas ao propor o regime de integração, agora, o bilhete voltou com o valor reajustado e ainda será cobrado um valor correspondente a meia passagem numa eventual baldeação para outra linha.
O cartão empregado para a integração é vinculado a operadora de cartão de crédito. O críticos do sistema denunciam que a empresa que está por trás da emissão desses cartões teria ligações com integrantes do partido do prefeito. Elmano Ferrer assumiu no primeiro semestre de 2010, quando o então prefeito, Silvio Mendes (PSDB), renunciou para disputar o governo do Estado – perdeu a eleição para Wilson Martins (PSB), que era vice do petista Wellington Dias.
Desde segunda-feira (9), as manifestçãoes voltaram às ruas. A cidade praticamente parou, devido à ocupação da principal avenida da cidade. Na ação da Tropa de Choque desta terça-feira (10), estudantes foram arrastados pelos cabelos, espancados e 17 foram presos. Alguns foram encaminhados para presídios. A OAB-PI se manifestou timidamente a respeito da ação da polícia. O Ministério Público está questionando a tarifa.
No início da integração, o prefeito alegou que a gratuidade do segundo passe dependeria de uma desoneração do ICMS por parte do governo estadual. O governador Wilson Martins, recém-chegado de viagem aos Estados Unidos, disse ao ser abordado por jornalistas: “Não é problema nosso”. E descartou conceder a desoneração.
E a cidade está pé de guerra. A população teme novos confrontos entre manifestantes e policiais neste inicío de noite.
Sem comentários:
Enviar um comentário