segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Dilma e Raúl iniciam novo ciclo de integração entre Brasil e Cuba




Correio do Brasil, com agências internacionais - de Brasília e Havana

A presidenta Dilma Rousseff embarcou nesta segunda-feira para a capital de Cuba, Havana, em sua primeira visita oficial àquele país e à região caribenha. Ela manterá encontros de trabalho com o presidente do Conselho de Estado, Raúl Castro. A agenda econômica tende a dominar a pauta, com a ampliação da cooperação bilateral nas áreas técnica, científica e tecnológica, com ênfase em saúde e produção de medicamentos, agricultura e segurança alimentar.

Em nota, o Ministério das Relações exteriores afirma que o comércio entre Brasil e Cuba tem registrado crescimento e diversificação importantes nos últimos anos, atingindo valor recorde em 2011, num total de US$ 642 milhões – 31% a mais que 2010.

Dilma deve passar também pelo porto de Mariel, a 50 quilômetros de Havana, cuja ampliação está sendo executada por uma construtora brasileira, com cerca de 80% de recursos financiados pelo Brasil, no valor de US$ 683 milhões, segundo informa o Itamaraty. A obra é considerada estratégica para o aumento do intercâmbio comercial de Cuba, que ainda vive sob embargo econômico por parte sobretudo dos Estados Unidos, que vigora desde 1962.

A presidenta deve ainda se encontrar com o ex-dirigente de Cuba, Fidel Castro, mas o evento ainda não foi confirmado pela assessoria da Presidência.

Outro olhar

A presidenta Dilma chega a Cuba no auge da abertura econômica e social daquele país e analistas aguardam pronunciamentos decisivos neste sentido, de ambos os líderes. Nos últimos dois anos, Raúl Castro vem adotando uma série de medidas que abrem a economia do país, como estímulo à demissão voluntária de funcionários públicos, a liberação de compra de automóveis e imóveis, a permissão para atividades autônomas e o incentivo à agricultura familiar.

A visita de Dilma ocorre logo dias depois de o governo brasileiro ter concedido visto de entrada à jornalista e blogueira cubana Yoani Sánchez, uma das principais críticas do governo do presidente Raúl Castro. A iniciativa foi interpretada por organizações não governamentais e especialistas como uma sinalização do Brasil de que a questão de direitos humanos e abertura política vai ser tema das reuniões em Havana.

No entanto, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, negou que o tema será abordado publicamente por Dilma nas reuniões em Cuba. Na interpretação da diplomacia brasileira, o tema se refere a assuntos internos de Cuba.

Patriota preferiu elogiar a abertura do diálogo político envolvendo o governo cubano e a Igreja Católica do país no que refere aos dissidentes políticos a levantar dúvidas sobre a condução das questões relativas aos direitos humanos na região.

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