Téla Nón, com foto
Foi obra dos navegadores portugueses João de Santarém e Pedro Escobar, que no dia 17 de Janeiro de 1471, avistaram no alto mar a ilha verde de 142 quilómetros quadrados, localizada menos de 300 quilómetros da costa africana. Cinco séculos depois a ilha pretende ser o santuário do turismo ecológico no Golfo da Guiné.
Segundo a história os navegadores portugueses baptizaram-na como ilha de Santo António. Reza a história que por amor, muito amor ao seu filho Afonso, o Rei Dom João II de Portugal, decidiu 4 anos depois do descobrimento baptizar a ilha com o nome “Príncipe”.
Príncipe com 142 quilómetros quadrados e cerca de 6 mil habitantes, foi terra de cultura de cana de açúcar, e mais tarde de cacau e café. Uma monocultura sustentada por mão-de-obra escrava, e mais tarde pela mão – de – obra contratada de Angola, Moçambique e Cabo Verde.
É uma das regiões do país onde a pobreza, é dominante. A descontinuidade geográfica, provocou duplo isolamento da ilha, isto é, em relação a São Tomé e ao continente africano.
Com mar rico em pescado, Príncipe é coberto de uma floresta virgem, contornado por praias também em estado virgem. É actualmente o único berço seguro de uma das espécies de tartarugas em fase de extinção no mundo, a SADA. O Papagaio do Príncipe, é outra espécie animal em vias de extinção na região do Golfo da Guiné. A ilha conseguiu preservar a espécie, que nos últimos anos, voltou a sobrevoar a cidade de Santo António, como antigamente, anunciando o fim do dia e o começo da noite. Terra de plantas endémicas com propriedades curativas já comprovadas a nível científico, Príncipe tem todas as condições para ser um pequeno jardim do Éden, para o turismo.
Natureza virgem é a grande riqueza do Príncipe, que o Governo Regional, decidiu potencializar para vencer a pobreza. O desenvolvimento do turismo ecológico é a prioridade. O Governo regional conseguiu atrair o investidor sul-africano Mark Shuttleworth, primeiro africano que viajou para o Espaço, e que a população local baptizou como “Homem da Lua”.
Através da empresa HBD-Boa Vida do milionário sul africano, 70 milhões de euros serão investidos na ilha durante os próximos anos, para recuperar as infra-estruturas coloniais em degradação, para erguer hotéis de cariz ecológico, para construir escolas de formação profissional, e também para dar ao aeroporto regional, capacidade de receber aviões de médio porte, como acontece no aeroporto internacional de São Tomé.
A ilha do Príncipe que viu aprovado no ano 2010 o seu estatuto como região autónoma, pretende se transformar no século XXI, num santuário de turismo ecológico. A história das culturas de cana-de-açúcar, cacau e café bem como as infra-estruturas e gentes que deram suporte a tais culturais, enriquecem o património histórico da ilha que pretende abrir um novo ciclo económico, financiado pelo turismo ecológico.
Abel Veiga
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