sábado, 28 de janeiro de 2012

Moçambique - Balanço das intempéries: Vinte e seis mortos e milhares de afectados



Notícias (mz)

PELO menos 26 pessoas perderam a vida e outras 125 mil ficaram afectadas de diversas formas como consequência dos eventos associados à passagem do Ciclone Tropical Funso e de um outro designado “Dando” nos últimos dias nas regiões sul, centro e norte.

Os dados foram facultados ontem, no Maputo, por Dulce Chilundo, directora do Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOE), tendo especificado que 15 mortes foram reportadas na Zambézia, todas associadas à passagem do “Funso”, e as restantes 11 no sul, afectado pela Tempestade Dando. As pessoas morreram em diversas circunstâncias, umas por afogamento ou por desabamento de paredes das suas casas e ainda por casos de electrocussão.

Os dois eventos geraram chuvas que induziram ao aumento do caudal dos rios e ventos fortes responsáveis pelos danos em determinadas infra-estruturas.

O balanço, ainda provisório, considerando que o presente cenário pode alterar-se, aponta para o facto de 25 mil famílias (125 mil pessoas) terem sido atingidas, nomeadamente pelas inundações nas suas residências, por desabamento parcial ou completo das habitações ou mesmo pelo alagamento das machambas.

A maioria dos atingidos foi identificada na zona centro, em particular na Zambézia, onde são requeridos pelo menos 16 mil kits de abrigo. Localmente a disponibilidade é de apenas 2 mil, pelo que estão já a ser mobilizadas outras quantidades a partir das províncias de Sofala, Manica, Tete e Maputo. No sul as estimativas dos afectados apontam para 10 mil pessoas.

Dulce Chilundo indicou que estes números estão a ser atendidos dentro do plano de contingência, tanto é que nem todos os afectados carecem de apoio, porque já passaram a fase inicial de choque e estão a retomar normalmente as suas vidas. Algumas das famílias, caso se comprove dificuldades de adaptação no período pós-calamidade, deverão ser integradas em programas de comida pelo trabalho coordenadas pelo Programa Mundial de Alimentação.

Em termos de campos agrícolas, segundo a fonte, foi atingido um total de 94 mil hectares (nem todos são dados como perdidos, pois algumas áreas com arroz ainda podem ser recuperadas). Igualmente foram derrubados 6000 cajueiros, facto que pode vir a ter impacto na produção da castanha no sul, para além de 300 coqueiros que simplesmente tombaram.

No que respeita à pecuária o arrolamento revela que foram perdidos 900 caprinos, 30 suínos, 25 ovinos e dois bovinos.

Depois dos momentos críticos, nos últimos dias há uma tendência geral de melhoria do cenário gerado pelos dois ciclones, mas as autoridades gestoras das calamidades apontam que será preciso continuar a monitorar o ambiente, atendendo que ainda se está em plena época chuvosa.

Com efeito, o Ciclone Tropical Funso, que permaneceu no Canal de Moçambique cerca de dez dias, enfraqueceu e já entrou na fase de dissipação, deixando de representar perigo. Os ventos fortes já cessaram. No entanto, recomenda-se às autoridades locais para a tomada de medidas preventivas necessárias sobre os perigos pós-ciclone.

Rute Nhamucho, da Direcção Nacional de Águas, aponta que é preciso continuar a monitoria porque ainda está-se no período chuvoso e o cenário pode muda. Neste momento o Incomáti continua em alerta nas zonas de Magude, Manhiça e Marracuene, onde existem inundações localizadas. O mesmo cenário é descrito para o baixo Limpopo.

A melhoria da situação deve-se fundamentalmente à redução da precipitação a nível interno e também dos escoamentos a montante.

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