terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Moçambique: Duas localidades e uma povoação estão isoladas e à espera de auxílio




Com 3.385 habitantes, em Namacurra


Com pelo menos 3 385 habitantes, as localidades de Samaria e Furquia, bem como a povoação de Lugela, no distrito de Namacurra, estão isoladas e à espera de assistência, desde a ocorrência do ciclone Funso, que provocou mortes e destruição de infra-estruturas na província da Zambézia.

O administrador de Namacurra, Pedro Sapage, especificou que habitam a localidades de Samaria 585 pessoas, outras 800, Matequenha, uma povoação de Lugela, na localidade de Mbauare, e 2000, a localidade de Furquia.

Devido a dificuldades de acesso às duas localidade e povoação, autoridades locais estão impossibilitadas de dar assistência às pessoas, por falta de embarcação.

A maioria das vias de acesso àquelas áreas são descritas como sendo intransitáveis, bloqueadas pela água das chuvas, que fizeram os rios transbordarem. ”Há zonas onde a maioria das suas vias estão interrompidas e nunca houve assistência da população”, afirmou o administrador do distrito.

As alternativas para circulação nas referidas zonas são escassas porque impõe-se uma travessia fluvial, mas Namacurra não dispõe de embarcações para tal.

Um técnico da Cruz Vermelha de Moçambique (CVM) indicou que a população socorre-se de canoas, mediante o pagamento de 10 meticais, mas travessia é feita debaixo de muitos riscos, situação agravada pelo comportamento dos rios, que frequentemente transbordam, propiciando a ocorrência de acidentes.

Entretanto, o director Provincial dos Transportes e Comunicações na Zambézia, Alberto Manharagem, prometeu para esta semana uma embarcação para garantir o acesso às três zonas. “Solicitamos um barco , que virá do distrito de Mopeia”, garantiu.

As chuvas da semana transacta deixaram um saldo trágico em Namacurra, com cinco óbitos reportados oficialmente, para além de nove feridos e devastação de infra-estruturas. Nove pontões ficaram destruídos e três submersos. Pelo menos 104 salas de aula, campos agrícolas com culturas diversas, principalmente arroz, milho, batata-doce e mandioca estão inundados.

Várias famílias ficaram desalojadas na sequência da danificação parcial ou completa das suas habitações, contando-se um total de 13.131 casas derrubadas pelo vento e outras submersas, mesmo na vila sede do distrito de Namacurra, de acordo com relatos do administrador.

As ocorrências preliminares registadas até última sexta-feira na Zambézia, dão conta que as chuvas associadas ao ciclone provocaram 21 óbitos e 25 feridos.

O director provincial adjunto das Finanças, Graciano Francisco, referiu-se a 349 casas destruídas, só na cidade de Quelimane, mas na Zambézia, globalmente, são dados como danificadas parcialmente 5.603 habitações e 7.408 totalmente destruídas, havendo 6.633 famílias na condição de desolação necessitando de assistência.

A maior parte de óbitos ocorreram no distrito da Maganja da Costa, onde se reportam dez pessoas, duas das quais crianças da mesma família. A respectiva mãe sofreu graves ferimentos, em consequência do desabamento das paredes da sua casa.

Também em Nicoadala ocorreram quatro óbitos e oito feridos nas localidades de Munhonha e Mola, quando pela noite as famílias foram confrontadas com o desmoronamento de paredes de suas habitações.

O administrador do distrito de Nicoadala, Costa Ijai, referiu-se a danos enormes causados pelas chuvas de 18 a 21 de Janeiro, que incluem 422 hectares de culturas relevantes para a segurança alimentar, 65 estabelecimentos de ensino, para além de uma série de casas de habitação, havendo 5.250 famílias necessitando de ajuda diversa.

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