terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Moçambique: Seis mil pessoas em Chiúta com carências alimentares



Bernardo Carlos – Notícias (mz)

Cerca de seis mil pessoas a viverem na região sul do distrito de Chiúta, ao nordeste da província de Tete, estão afectadas pela fome, como resultado de uma estiagem que culminou com um deficit alimentar nas últimas duas campanhas agrícolas. Neste momento, as referidas famílias estão a beneficiar da comida comercializada em vários pontos dos distritos de Macanga e Marávia, pelos beneficiários do Fundo de Desenvolvimento Distrital (FDD), vulgo sete milhões de meticais.

O administrador de Chiúta, Celestino Checanhanza, disse ao nosso Jornal que para dar cobro às necessidades alimentares em algumas zonas do distrito, o Conselho Distrital de Gestão dos sete milhões de meticais, priorizou os projectos de compra de produtos alimentares da primeira necessidade para o abastecimento da população afectada pela estiagem.

“Dos 126 projectos submetidos, nos últimos dois anos, mais de 80 porcento foram aprovados para a aquisição de bens alimentares, sobretudo para suprir os efeitos da fome em algumas regiões da zona sul do distrito onde há bolsas de fome. Com este olhar, estamos a aliviar de fome cerca de seis mil pessoas naquele ponto do distrito. Recordar que, nas últimas duas campanhas agrícolas, a zona sul do nosso distrito, foi assolada por uma estiagem, derivada da queda irregular das chuvas que não permitiram alcançar bons resultados no final das duas campanhas agrícolas”, disse Checanhanza.

O administrador distrital acrescentou que em algumas áreas, o Governo sensibilizou os camponeses criadores de gado bovino, para venderem algumas cabeças de bois ou caprinos e usarem a receita para a aquisição de bens alimentares da primeira necessidade com vista a ultrapassar a carência de comida nesta fase do arranque da campanha agrícola.

Na presente campanha, segundo Celestino Checanhanza, os camponeses, em algumas regiões, com maior destaque para o sul do distrito, já vão na quarta sementeira porque nas primeiras três as plantas morreram com o sol devido à escassez de chuva durante os meses de Novembro e Dezembro de 2011.

“A partir do dia 10 de Janeiro corrente, está a chover um pouco por todo o nosso distrito e as culturas estão a conhecer um ciclo evolutivo bom e caso não haja interrupções durante o período que vai de Fevereiro a Março próximo, esperamos bons resultados no final desta safra agrícola. Os camponeses estão bem dedicados e esperançados”, disse Checanhanza.

Para a quarta sementeira, que está a ocorrer em algumas zonas do distrito, Celestino Checanhanza, afirmou que o distrito recebeu dos Serviços Provinciais de Agricultura e de alguns parceiros envolvidos no processo agro-pecuário no distrito, um reforço em insumos agrícolas, com maior destaque para semente de milho de ciclo vegetativo curto, o que vai possibilitar aos camponeses lançar à terra e obter resultados em Abril próximo.


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