quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Moçambique: SERPENTES MATARAM 19 PESSOAS EM MANICA, EM 2011



AYAC – Lusa, com foto

Chimoio, 19 jan (Lusa) - Pelo menos 19 pessoas morreram na sequência de mordeduras de serpentes, representando a grande maioria das 22 vítimas mortais resultantes de ataques de animais em 2011, em vários distritos de Manica, centro de Moçambique, disse hoje à Lusa fonte governamental.

Estatísticas do governo de Manica indicam que, entre janeiro e dezembro do ano passado, outras 82 pessoas ficaram feridas, depois de escaparem a ataques de serpentes, crocodilos, hipopótamos e elefantes. Neste período, 21 animais problemáticos foram abatidos.

"Houve agravamento de conflitos homem-fauna bravia e o governo respondeu com o abate de animais problemáticos, formação de caçadores comunitários e da população, com técnicas de afugentamento de animais, para minimizar o conflito", disse à Lusa, António Mapure, secretário permanente provincial.

Ainda como medida para diminuir os ataques de animais, o governo sinalizou as áreas críticas, disponibilizou armas de fogo para caçadores comunitários, além de licenciar duas empresas para captura de serpentes, para a sua posterior exportação, e outras duas para apanha de ovos de crocodilos.

Em 2010, na sequência do aumento de ataques de serpentes, o governo introduziu em Guro (norte da província) "gatos caçadores" para afugentar os répteis e, em 2011, "porcos domésticos" que se alimentam de crias de serpentes, para diminuir a população.

"Os ataques de serpentes desta vez não aconteceram em Guro, e por isso pensamos em expandir a iniciativa de gatos e porcos, para os distritos de Macossa, Barue e Machaze, onde foram registados os ataques", explicou Mapure.

Manica tem várias florestas consideradas ecologicamente favoráveis à multiplicação de cobras mambas, espécie de serpentes altamente venenosa. Além disso, dada a dimensão (conseguem engolir um cabrito) e têm atacado pessoas que por vezes só escapam com ajuda de outras.

A situação decorre da disputa de habitat e concorrência pelas fontes de água, já que em tempo de chuva as serpentes procuram locais para se alimentarem próximo das aldeias, nas comunidades rurais moçambicanas.

Ainda segundo a fonte, o conflito Homem/animal cresce devido à grande pressão exercida pelas queimadas descontroladas sobre as florestas, na medida em que está a ser dizimada a vegetação e os animais de pequena espécie, que servem de alimento aos herbívoros e carnívoros de grande porte, que povoam as matas da província do centro de Moçambique.

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