Tiago Mesquita – Expresso, opinião, em Blogues
Quando ouço o ministro "Álvaro" fico assustado. O homem pode ser um académico de excelência, um estudioso e teórico brilhante e a pessoa mais bem intencionada deste mundo, mas é confrangedor ouvi-lo a comunicar. Muito triste. É um deserto de ideias. Seco e árido. Se o Sara tivesse uma estátua seria certamente do Álvaro a comer um pastel de nata.
Por falar em pastéis , o senhor ministro da Economia saberá que em Braga existe uma pastelaria que exporta dois milhões de pastéis de nata por ano? Como disseram na televisão e bem, a sua sugestão de transformar o pastel num ex-libris português no estrangeiro tem mais anos do que a Sé lá do sitio. Vamos lá a estudar melhor o dossiê das pastelarias, doçarias regionais e afins. Eu próprio, em Londres, visitei estabelecimentos que recebem diariamente pastéis de nata vindos aqui do burgo, portanto deduzo que para isto ser uma coisa do outro mundo para o Álvaro é porque o Canadá é alérgico à nata. Podíamos tentar a alheira de Mirandela ou a morcela de carne, o que me diz? Era engraçado ver a alheira salvar a economia do país. E uma linha orientadora de excelência se acompanhada de batatas fritas, ovo estrelado e saladinha.
Até ao dia de hoje, e já vamos com muitos meses de governação, não me lembro de ouvir um discurso, uma entrevista (esta última na TVI com Judite de Sousa foi um exercício surrealista e monótono de paciência por parte dos telespectadores) uma declaração, um comunicado, um fax, um bilhetinho ou assobio que fosse por parte do senhor ministro que indicasse a remota possibilidade de existir uma qualquer espécie de rumo, plano ou estratégia para relançar a economia do país.
A única coisa a que assisti, isso sim, foi à assinatura de um acordo (com o aval daquele senhor que diz ser líder sindicalista) que vem mais uma vez bater nos sacanas dos trabalhadores, esses bastardos que não servem para nada e só querem é feriados e férias e boa vida. Uns bichos que só servem para corroer as bases da nossa próspera economia, gabada mundialmente em tudo o que é relatório. Bater na base é, de facto, uma bonita linha orientadora, ó Álvaro. Não há mais nada aí no livro de receitas? Só o ataque organizado aos trabalhadores? Mais nada?
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