sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O QUE SABEMOS SOBRE A CIA?



Diário Liberdade

Kaos en la Red - [Germán Gorraiz, tradução do Diário Liberdade] Revisão da história da Agência Central de Inteligência (CIA) desde sua fundação em 1947 até nossos dias.

A agência Central de Inteligência (CIA, Central Intelligence Agency) foi criada em 1947 por Henry Truman, substituindo o Escritório de Serviços Estratégicos (OSS) para investigar sem necessidade de autorização judicial, expedientes administrativos e fiscais e sua filosofia inicial de organização era dotar o presidente de um segundo ponto de vista, elaborado por civis, frente ao fornecido pelos militares da Agência de Segurança Nacional (NSA) e foi chamada em código de "Campus", ao manter a maioria dos quadros iniciais da Universidade de Yale, (inclusive o sistema de armazenamento de dados foi o mesmo que o da Biblioteca de Yale).

Até Eisenhower, a CIA foi exclusivamente a organização de inteligência central para o governo dos Estados Unidos e esteve por trás de múltiplas tarefas de treinamento de insurgentes e desestabilização de governos contrários às políticas do Pentágono, mas o lobby financeiro e a indústria militar (ambos fagocitados pelo lobby judeu) não puderam resistir à tentação de criar um governo que na prática manipulava os recônditos do poder, derivando no surgimento de um novo ente (a CIA paralela, refratária à opinião pública e ao controle do Congresso e Senado dos Estados Unidos).

O presidente Eisenhower, um ano antes do fim de seu mandato, pronunciou um discurso premonitório da posterior mutação do inicial "Campus" até o Governo na sombra que tutela a democracia norte-americana na atualidade e da qual são refutados todos os presidentes eleitos democraticamente: "Nos conselhos do governo, temos que estar atentos à aquisição de uma influência ilegítima, que seja ou não planejada pelo complexo militar-industrial. O risco de desenvolvimento de um poder usurpado existe e persistirá. Jamais permitiremos o peso desta conjunção ameaçar nossas liberdades ou os processos democráticos. Nada deve considerar-se como ganho. Só uma vigilância e uma consciência cidadã podem garantir o equilíbrio entre a influência do gigantesco maquinário industrial e militar de defesa e nossos métodos e metas pacíficas, de tal forma que a segurança e a liberdade possam acrescentar-se de comum acordo".

Os desencontros Kennedy-CIA-FBI: Kennedy recebeu da CIA um "presente envenenado" sob o envólucro do projeto de invasão de Cuba, elaborado pela CIA durante a administração de Einsenhower para derrubar o governo de Fidel Castro e que culminou com o conhecido fiasco da invasão da Baía de Cochinos (abril, 1961), pois o presidente Kennedy, depois de dar o aval ao projeto, voltou atrás no último momento e retirou o prometido apoio da aviação e a frota norteamericana, com o conseguinte descrédito da CIA aos olhos de todo o mundo.

Sua perceptível inexperiência política ficou plasmada em atos como exonerar o legendário Diretor Geral da Agência, Allen Dulles e tentar tentar remodelar suas estruturas colocando à frente, gente de sua confiança, assim como menosprezar como rival a Hoover e enfrentar abertamente seu poder onímodo, tentando sua substituição à frente do FBI por Edward Kenned, com o que depois da nominação de Robert Kennedy como Fiscal Geral a Tróica Kennedy havia conseguido a entronização do reino de Camelot.

Não obstante, as diferenças entre Kennedy e a CIA voltaram a ressurgir em outubro de 1962, durante a crise dos mísseis cubanos na qual a CIA viu a grande oportunidade para invadir a ilha, mas as negociações entre Kruschev e Kennedy anularam o plano da CIA, que ficou ferida de novo em seu orgulho.

Golpe de estado virtual da CIA com George W. Busch: Até o midiático atentado das Torres Gêmeas (conhecido como 11 de setembro), a CIA legal se enlanguece lentamente e seus próprios agentes confirmavam, segundo o NY Times que se tornara quase impossível contribuir com informação estratégica e eram consultados maioritariamente para questões táticas", independentemente, nos sótãos da Companhia, estava-se forjando um verdadeiro golpe de Estado virtual que teria seu detonador no impactante atentado atribuído à Al Qaeda,ficando entronizada la luta contra o Eixo do Mal.

Assim, o congressista Ron Paul, caracterizado por sua incontinência verbal, dirigiu a seus seguidores a seguinte mensagem: "Executou-se um golpe de estado, já souberam? É o golpe de estado da CIA. a CIA é quem controla tudo, até o exército. São os que estão por aí metendo mísseis e bombas nos demais países... e certamente a CIA é tão fechada quanto a Reserva Federal... e ainda assim, pensem no dano que tem feito desde que foi criada (depois de) a Segunda Guerra Mundial. São um governo em si mesmos. Estão nos negócios, nos narcóticos, depõem ditadores... Precisamos destituir a CIA".

A jogada maquiavélica da CIA: Colin Powell, secretário de Estado, havia recomendado a seus colegas na administração Bush, evitar uma guerra sem a aprovação clara da ONU e foi usado pela CIA para servir-se de seu prestígio militar e provada honestidade. Assim, em 2004, a Cia se encarrega de prover-lhe "informes de inteligência" duvidosa sobre as armas de destruição em massa no Iraque para justificar a intervenção militar dos Estados Unidos e invadir o Iraque, engodo que engoliram todos os aliados dos EUA que passaram a engrossar as filas de um exército libertador que tinha como objetivo confesso, a distruição do satanizado Sadam Hussein e como interesse real o controle dos vastos recursos petrolíferos do Iraque.

A Tróica formada por Rumsfeld, Hayden e Cheney monopoliza o poder dos EUA: pouco mais de um mês depois do 11 de setembro, o governo de george W. Bush secretamente decidiu anular uma das principais proteções constitucionais deste país sob a justificativa de sua luta contra o " terrorismo" dentro dos Estados Unidos, segundo documentos oficiais revelados no fim de 2005 em uma série de reportagens no New York Times– a existência de um programa secreto de intervenção de comunicações dentro deste país.

Segundo uma investigação do Washington Post, desde 2002 se estabeleceu o Escritório de Apoio Estratégico (SSB), que trabalhou clandestinamente sem limitações legais e sob as ordens do secretário de Defesa, Ronald Rumsfeld, entre cujas ações estariam os sangrentos episódios de violação dos Direitos Humanos em Abu Ghraib e Guantánamo e a entronização do "golpe de estado brando ou virtual", do que seria paradigma Honduras.
En junio de 2009, Leon Panetta, director de la Agencia Central de Inteligencia (CIA) anuló el Programa Phoenix,un programa dirigido por Cheney para asesinar a dirigentes de al-Qaeda, iniciado en 2001 después de los ataques del 11-S y mantenido en secreto ante el Congreso de EE.UU y el Pentágono estaría meditando pôr fim a uma unidade de contra-inteligência criada pelo Rumsfeld conhecido como Talon, incluía informação sobre ações de protesto contra a guerra de cidadãos norte-americanos, rememorando a espionagem militar de civís que protestavam contra a guerra do Vietnã.

O enfrentamento Obama-CIA: Depois da significativa erosão da imagem dos EUA no mundo após os sangrentos episódios de violação dos Direitos Humanos em Abu Ghraib e Guantanamo, uma das primeiras decisões de Obama foi assinar uma ordem executiva para exigir o fechamento da prisão na base naval de Guantanamo no prazo de um ano.

Seus assessores buscam agora os mecanismos legais para eliminar o "limbo jurídico" de Guantanamo, um espaço virtual fruto da engenharia jurídica do chamado "Comitê de Guerra" (nome chave do seleto grupo de juristas e assessores que trabalharam às ordens da Toika formada por Rumsfeld, Hayden e Cheney), verdadeiros detentores do Poder durante o nefasto mandato de George W. Bush; razão pela qual o anunciado fechamento deverá adiar-se "sine die".

Ainda, sua inexperiência política ficou plasmada em atos temerários, como a decisão de Obama de tornar públicos documentos secretos que envolvem a CIA em técnicas de interrogatório baseadas na tortura física e psicológica e que lhe haveria grangeado a perigosa inimizade da CIA, representada pela Troika formada por Rumsfeld, Hayden e Cheney.

Contudo, Obama deixará que o vento do esquecimento cubra com seu manto o delicado tema da perseguição dos responsáveis de haver legitimado a tortura, pois seus assessores lhe haviam advertido das previsíveis consequências que uma ação desse tipo poderia significar para sua Presidência (veja-se Magnicídio de Dallas), decisão que, apesar de suscitar uma clara decepção na organização defensora dos direitos humanos "Human Rihts Watch" (HRW) e sérias críticas de AI, seria apoiada por 60% dos entrevistados.

Desafio de Obama à CIA: Obama (como Kennedy em novembro de 1963 ) estaria pensando em desinfectar a CIA dos vírus patógenos inoculados pelos lobbys de pressão (cujo paradigma em 1963 seriam os Rockefeller ao participar nos lobbys financeiro, industria militar e judeu) . Kennedy, consciente das dificudtades de tão árdua missão, em um discurso na Universidade de Columbia em 14 de Novembro, admite que "existem fortes pressões de grupos de poder dos EUA para converter o cargo de Presidente em algo meramente figurativo" e assim em 21 de Noviembre de 1963, foi obrigado a assinar a ordem executiva 11.490 ,"que permite, ao governo, em caso de emergência, dispor de medidas excepcionais, inclusive para qualquer ditadura".

Apesar de tudo, fiel a su espírito rebelde , prosegue con sua intenção de voltar a converter a CIA em um aparato controlavel pelo poder político e pouco antes de partir para Dallas, comentou a seus íntimos assessores: "Temos que enfrentar a CIA..." e no mesmo dia, un emissário secreto iniciava com Castro as primeiras negociações para chegar a um acordo.

Isso supunha um claro desafio à CIA paralela, verdadeira detentora do poder na sombra e entranhada profundamente em todos os aparatos de poder dos EUA, pelo que seus dirigentes na sombra, procederam à geração de uma trama endógena que se encarregou do Golpe de Mão contra a legalidade democrática do sistema político norte-americano que culminou com o Magnicídio de Kenney ( Dallas,1963).

O dito complô seria uma autêntica obra de engenharia labiríntica, que teria como cérebros a citada CIA paralela e como colaboradores necessários ao exílio anticastrista em Miami e suas conexões com a Mafia e ao FBI de Hoover, a Lee Harvey Oswald como testa de ferro e exercício de distração para enganar aos detetives e como efeito colateral o nascimento de un sistema político tutelado pela nova CIA , ficando desde então como reféns todos os sucessivos Presidentes eleitos até a erupção na cena política, do rebelde Obama.

O Pentágono toma o comando da CIA: Os primeiros desencontros Obama/Pentágono tiveram lugar a fins de 2009, quando Obama enviou outros 30.000 soldados ao front afegão e à continuação e sem consultar a cadeia de comando, ditou a temerária ordem de retirada de tropas do Afeganistão a partir de julho de 2011, enquanto o Petágono prosseguia com a defesa de um incremento notável de tropas e a implementação da nova estratégia contra-insurgente do então ainda, Comandante da Força Internacional da Assistência à Segurança do Afeganistão (ISAF), general Stanley McChrystal.

O seguinte passo na cerimônia do desencontro Obama/Pentágono teve lugar com a fulminante destituição de McChrystal depois de haver se desculpado com o jornalista da Rolling Stone, michael Hastings e sua substituição pelo general Petraeus, sem dúvida, o general de mais reputação do exército americano.

O pricipal responsável das forças internacionais no Afeganistão, o general David Petraeus, seria contrário à "estratégia de saída" de Obama, (cuja data de início seria julho de 2011) e pelo contrário, seria partidário de um notável incremento de forças (Estados Unidos e a OTAN têm mais de 121 mil efetivos no Afeganistão, valor que poderia elevar-se a 150 mil em 2012 no marco de uma estratégia secreta do Pentágono para neutralizar a ofensiva dos talibãs e instalar bases militares permanentes em território afegão.

Obama cede ante a CIA: Obama se haveria visto obrigado a dar o visto positivo ao Programa Phoenix (um programa dirigido por Cheney para assassinar dirigentes da Al Qaeda, iniciado em 2001, depois dos ataques de 11 de setembro e mantido em segredo ante o Congresso dos EUA), com o êxito midiático da morte de Bin Laden nas mãos de um comando de elite.

Além disso, o diretor da CIA, Leon Panetta, se converterá no novo secretário de Defesa dos Estados Unidos (substituindo o secretário de Defesa, Robert Gates, que deixará seu posto em 30 de junho) e Obama se verá obrigado a nomear seu comandante da guerra no Afeganistão, o general David Petraeus, para suceder Panetta frente À Agencia Central de Inteligência (CIA), pois a dita reestruturação se produz em um momento crucial para reconduzir o enfoque do Governo de Obama a respeito da guerra no Afeganistão, subemetendo-o aos interesses do Pentágono.

Assim, a CIA contraria já com informes que confirmariam o início da ajuda militar russa (assessores militares, logística e informação dos satélites espiões) às milicias talibãs do Afeganistão em sua luta contra as forças da ISAF ali espalhadas, com o objetivo de alargar o conflito e aliado à falta de liquidez monetária dos aliados europeus, alcançar sua gradual retirada do Afeganistão antes de 2012, deixando solitário os EUA.

Conviria recordar que quando irromperam no quadro afegão os talibãs (milicia ultra integralista procedente das madrassas deobandis do norte do Paquistão), o Presidente Karzai dispôs o necessário para facilitar-lhes o controle das cidades nas regiões de influência popalzai, já que no que pese a seu fanatismo religioso, os considerava como uma milícia de homens virtuosos que buscavam pacificar um país desaparecido nos desmandes dos numerosos senhores da guerra, pelo qual a CIA haveria iniciado a busca de um substituto a Karzai ao não gozar mais de sua confiança.

Depois de uma operação de propaganda, Karzai seria acusado do início de conversações secretas que teriam como mediador seu irmão, Ahmed Wali para a geração de um Governo de Coalisão islamita entre pastuns e talibãs (com o objetivo de conseguir em umas eleições antecipadas, a legitimação democrática nas urnas no horizonte de 2011 e proceder À criação da República Islâmica do Afeganistão), o que exigiria a retirada das tropas dos EUA e a consequente perda de presença em um país considerado pelo alto comando dos EUA "como peça geoestratégica vital" no quebra-cabeça do Oriente Médio.

Para evitar uma perigosa "vietnamização do conflito", Obama assinou em 2011 a ordem de retirada progressiva de tropas do Afeganistão, decisão que dificilmente será compartilhada por seu vice-presidente Biden nem pelo Pentágono e que, sem dúvida será aproveitada pela CIA para reorientar a situação mediante métodos expeditivos e conseguir que os EUA voltem ao caminho da democracia tutelada pela Companhia, daí que não seria descartavel a geração de uma trama endógena que poderia terminar por reeditar o Magnicídio de Texas (Kenedy, 1963).

- Traduzido por Cássia Valéria Marques para o Diário Liberdade

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