Fátima Rolo Duarte – Jugular – em 22.01.12
Por mais que ele queira ele não é um de nós, não se nos assemelha na vida, na graça ou sequer na desgraça de que se serve quando tenta pertencer ao mundo dos outros. Tu e eu, os mesmos que assistimos às teatradas parolas com vacas, anonas, palmeiras, abóboras. De há muito que Cavaco vive agarrado ao poder, sobrevive colado à ideia da representação de uma vida que não é a vida dele, mas a nossa. Que disparate servir-se da mulher dele como exemplo de alguém que vive com 800 euros de reforma. Que enormidade servir-se de si mesmo atirando-nos para cima com a sua moral atravessada: "ouviu bem? 1300 euros por mês", "tudo somado, o que irei receber do fundo de pensões do Banco de Portugal e da Caixa Geral de Aposentações, quase de certeza que não vai chegar para pagar as minhas despesas porque, como sabe, eu também não recebo vencimento como Presidente da República". No dia 22 de Janeiro de 2012, Cavaco ouviu, finalmente, a voz descontente das pessoas que não têm a vida que ele tem. Poupada vida de um presidente que deseja poder mais que a realidade. A realidade da nossa vida não é a realidade da vida dele e se até aqui a imprensa, a televisão e as pessoas o têm deixado andar, pode ser esta a data que marca o princípio do seu triste fim. No entanto, com este homem, o que parece é um mistério.
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- As assinaturas na Petição Pública para que Cavaco Silva se demita já ultrapassam as 25.000 neste momento.
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