segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Portugal: PPM espera de Cavaco "arrependimento público" por causa das reformas



Jornal de Notícias, com foto de José Mota – Global Imagens

O PPM manifestou, esta segunda-feira, "condenação e repúdio" pelas declarações do Presidente da República relativamente ao valor das suas reformas, solidarizando-se com os que se indignaram com essas declarações, de que espera "arrependimento público".

"Sabendo que o rei D. Carlos doava 20% da sua dotação em 1892 como forma de se solidarizar com o país no âmbito do combate da crise que então o assolava, é triste ver que, 120 anos depois, o representante máximo da nação, ao invés de mostrar um esforço semelhante, como demonstração de solidariedade para com todo o povo português, queixa-se", refere o PPM em comunicado.

O documento, assinado por Paulo Estêvão, presidente do partido, recorda que "Portugal e os seus cidadãos estão estrangulados por políticas de contenção orçamental e austeridade que deixaram uma parte significativa da população à mercê de uma forma de pobreza, em alguns casos camuflada, mas em outros, bem explícita".

"O cidadão Aníbal Cavaco Silva, que é Presidente da República, veio dizer que a sua reforma não chegará para cobrir as suas despesas, não tendo em conta os milhares de Portugueses que são obrigados a sobreviver, pelas circunstâncias da vida e das sucessivas políticas mal geridas que o país sofreu, com uma soma muito inferior ao seu montante mencionado", salienta o PPM.

Os monárquicos manifestam ainda a esperança de que Cavaco Silva "se arrependa publicamente daquilo que disse e restitua a dignidade ao cargo que ocupa, já que não tem contribuído com as últimas declarações para unir e dar esperança aos portugueses".

Sexta-feira, no Porto, Cavaco Silva disse que aquilo que vai receber como reforma "quase de certeza que não vai chegar para pagar" as suas despesas, valendo-lhe as poupanças que fez, com a mulher, ao longo da vida.

Na altura, Cavaco Silva, que não aufere vencimento como Presidente da República, referiu ainda que irá receber 1300 euros por mês da Caixa Geral de Aposentações e um montante que disse desconhecer do Fundo de Pensões do Banco de Portugal.

As declarações de Cavaco Silva provocaram uma onda de comentários na rede social, nomeadamente na própria página oficial do Chefe de Estado no Facebook.

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