Expresso
O histórico militante socialista António Arnaut desafiou Seguro a defender o Serviço Nacional de Saúde (SNS), pois sem ele "não há democracia nem estado social".
O histórico militante socialista António Arnaut desafiou na noite de sexta feira o secretário geral do PS a defender o Serviço Nacional de Saúde (SNS), argumentando que se o SNS desaparecer o partido "deve mudar de nome".
"O nosso secretário geral ainda não se levantou para defender o SNS", disse António Arnaut, num debate sobre o tema promovido pela Federação Distrital de Coimbra do PS.
Segundo Arnaut, considerado o "pai" do Serviço Nacional de Saúde, os partidos de direita "querem destruir o SNS ou ter um SNS para coitadinhos".
Alegou que sem Serviço Nacional de Saúde "não há democracia nem estado social" e que este só pode existir "se for universal, geral e gratuito". "Se não houver, estamos perante uma democracia amputada e, nessa altura, o PS deve mudar de nome", afirmou.
No debate, inserido no ciclo de tertúlias Fernando Vale e intitulado "Saúde: Serviço ou Negócio?", António Arnaut disse que para os socialistas o Serviço Nacional de Saúde "é uma marca de água, é uma marca identitária".
"Sem o SNS, o PS deixa de ter justificação histórica"
"Sem o SNS, o PS deixa de ter justificação histórica", argumentou. Também o médico Constantino Sakellarides - outro dos oradores convidados, a exemplo da anterior ministra da Saúde, Ana Jorge e dos médicos Fernando Gomes e Carlos Cortes - criticou as políticas do Partido Socialista para o setor, num passado recente.
Defendeu que o Serviço Nacional de Saúde sustenta-se em três pilares: "é um seguro social, uma estrutura prestadora de cuidados de saúde e está centrado nas pessoas. O PS esqueceu-se disto, no passado, com alguma frequência", declarou.
No período reservado a perguntas da assistência o anterior presidente da Federação de Coimbra do PS, Vítor Baptista, desafiou António Arnaut "a fazer alguma coisa" pelo SNS "num espírito de mudança".
"Tens andado muito distraído, nos últimos 33 anos não tenho feito outra coisa e às vezes, infelizmente, sou uma voz isolada no partido", ripostou António Arnaut.
Disse ter apelado, recentemente, a Mário Soares e à antiga ministra da Saúde, Maria de Belém, para se pronunciarem sobre as novas taxas moderadoras anunciadas pelo atual Governo e "a destruição do SNS", bem como a António José Seguro a quem escreveu "há três semanas".
Arnaut escreveu a Seguro mas continua sem resposta
"O Seguro ainda não respondeu, ainda não disse nada. Tenho mostrado alguma indignação, isto custa-me no meu partido, no partido que ajudei a fundar", disse António Arnaut.
Outro militante acusou António Arnaut de ter "falado pouco" sobre o SNS nos tempos dos governos de António Guterres e José Sócrates.
"É considerado, e bem, o pai do SNS mas por vezes foi um pai desnaturado", disse, levando Arnaut a irritar-se na resposta: "você não tem o direito de me chamar desnaturado, você tem de ir ao médico, tem perturbações. Foi muito injusto e inconveniente na apreciação que fez", respondeu.
Outra crítica, relativa a nomeações governamentais, levou Ana Jorge a criticar a "pressão" partidária na indicação para cargos dirigentes.
"O PS e outros partidos têm de pensar na pressão que fazem aos ministérios para nomear diversas pessoas. Não vale a pena fazer acusações mútuas porque todos temos responsabilidades", disse Ana Jorge.
*Ainda sobre Portugal, ainda sobre as declarações do PR Cavaco Silva acerca das suas dificuldades financeiras para pagar as suas despesas pessoais, leia aqui em Página Global, ainda hoje, "CAVACO SILVA: O ABOMINÁVEL GANANCIOSO DE BELÉM", a editar.
Sem comentários:
Enviar um comentário