segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

São Tomé e Príncipe - Estabilidade e pobreza: Uma frase ambígua do PR Pinto da Costa



Téla Nón, opinião

Tanto interna como externamente está-se agora com convicção reforçada de que Pinto da Costa é o Presidente que S. Tomé e Príncipe necessitava neste momento. As suas primeiras acções e declarações colheram plena aprovação dos santomenses independentemente das afinidades partidárias de cada um.

Tem provado que a promessa de ser Presidente de todos os santomenses não era pura retórica mas sim postura notável de Chefe de Estado democrata, patriota e respeitador da Constituição.

Hoje queria fazer uma curta análise crítica de uma curta frase que o Presidente Pinto da Costa proferiu recentemente e que foi difundida largamente na imprensa internacional e que me deixou um pouco perplexo.

A frase era: enquanto houver pobreza não haverá estabilidade em S. Tomé e Príncipe. Onde está a ambiguidade? É que quando falamos recorrentemente de estabilidade temos o entendimento que nos referimos à estabilidade política. E acrescenta-se geralmente: sem estabilidade não haverá desenvolvimento, portanto não haverá diminuição da pobreza.

No quadro da nossa habitual semântica política e que corresponde efectivamente à realidade, é a ausência de estabilidade que favorece a pobreza e não esta que provoca a instabilidade política. No entanto é também certo que a tensão ou as convulsões sociais devidas à pobreza podem conduzir à instabilidade política, mas isso não tem sido o nosso caso.

A instabilidade política que temos vivido resultou da acção política de políticos irresponsáveis e interesseiros. A aceitação da declaração de Pinto da Costa, dita concerteza com outra intenção ou até talvez mal interpretada pela imprensa, ilibaria e desresponsabilizaria aqueles que, por exemplo, inviabilizaram um Governo de Posser da Costa que realizava uma governação positiva e pacífica, com apoio maioritário na Assembleia Nacional, inaugurando um tempo de desrespeito da Constituição, instabilidade política, ineficácia governativa e regressão económica para o País.

Carlos Graça

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